São em tempos de turbulências, incertezas e grandes transformações globais que muitas organizações descobrem que o conceito de melhores práticas que utilizam precisa ser revisto. Isso vale principalmente para as empresas que, em vez de criar melhores práticas “sob medida” o tempo todo e daí serem benchmarks no mercado, vêm simplesmente processando receitas prontas até na dimensão estratégica.
Esse é o caso das empresas que normalmente se ajustam aos altos e baixos da economia e dos mercados praticando cortes de pessoal, redução de despesas, redimensionamento dos investimentos etc. Mesmo numa conjuntura como a atual, essas empresas continuam a fazer mais do mesmo: cortes mais severos, revisões mais radicais... Continuam a aplicar as “melhores práticas” da cartilha básica...
Outras empresas, porém, procuram ir além. Sabem que esse básico só serve para estancar a hemorragia. Querem saber quais são as causas de raiz. Daí, as perguntas que incomodam e geram até debates acalorados: será que existe algo de errado com o próprio ramo em que atuam? Até que ponto é realista o anseio de voltar aos tempos de bonança do passado? É hora de resgatar os debates sobre o futuro (debates em que, em tempos de crescimento a dois dígitos, poucos estavam a fim de investir tempo e recursos)? Não seria mais importante, neste momento, investir fortemente em reflexões sobre a reinvenção dos negócios da empresa, o lançamento de “embriões de negócios do futuro” etc.?
Há ainda uma terceira categoria de empresas. São as que transcendem o que fazem e querem entender o que ocorre no mundo da forma mais profunda possível. O que há de errado no grande sistema político-econômico-social da sociedade global? O que faz todas as economias buscarem crescimento ilimitado num mundo de recursos limitados? Quais as consequências para o futuro global e para a própria empresa? E quanto às “melhores práticas” do mundo subterrâneo, que não vê limites em sua busca por maximização de resultados e gera corrupção persistente, competição predatória e manipulação até dos stakeholders? Que modelo mental conduz à visão de guerras como oportunidades de negócio ou a considerar como naturais e inevitáveis práticas doentias (nas esferas política, financeira-econômica e nos negócios) que acabam gerando problemas sistêmicos para o todo?
Seria essa terceira categoria, de empresas que levam suas reflexões até esse ponto, que está criando as melhores práticas na área de estratégia para o futuro? Seriam essas as organizações que, por meio de uma atuação política mais consciente, estariam até reinventando as próprias instituições (em sindicatos e federações), para catalisar de modo genuíno e eficaz as transformações de raiz que se fazem necessárias? A qual das categorias sua empresa pertence ou pretende pertencer? Valeria a pena incluir esse tema na sua próxima reunião de cúpula cuja pauta seja a discussão de estratégias para os novos tempos...?
Autor: Oscar MotomuraEsse é o caso das empresas que normalmente se ajustam aos altos e baixos da economia e dos mercados praticando cortes de pessoal, redução de despesas, redimensionamento dos investimentos etc. Mesmo numa conjuntura como a atual, essas empresas continuam a fazer mais do mesmo: cortes mais severos, revisões mais radicais... Continuam a aplicar as “melhores práticas” da cartilha básica...
Outras empresas, porém, procuram ir além. Sabem que esse básico só serve para estancar a hemorragia. Querem saber quais são as causas de raiz. Daí, as perguntas que incomodam e geram até debates acalorados: será que existe algo de errado com o próprio ramo em que atuam? Até que ponto é realista o anseio de voltar aos tempos de bonança do passado? É hora de resgatar os debates sobre o futuro (debates em que, em tempos de crescimento a dois dígitos, poucos estavam a fim de investir tempo e recursos)? Não seria mais importante, neste momento, investir fortemente em reflexões sobre a reinvenção dos negócios da empresa, o lançamento de “embriões de negócios do futuro” etc.?
Há ainda uma terceira categoria de empresas. São as que transcendem o que fazem e querem entender o que ocorre no mundo da forma mais profunda possível. O que há de errado no grande sistema político-econômico-social da sociedade global? O que faz todas as economias buscarem crescimento ilimitado num mundo de recursos limitados? Quais as consequências para o futuro global e para a própria empresa? E quanto às “melhores práticas” do mundo subterrâneo, que não vê limites em sua busca por maximização de resultados e gera corrupção persistente, competição predatória e manipulação até dos stakeholders? Que modelo mental conduz à visão de guerras como oportunidades de negócio ou a considerar como naturais e inevitáveis práticas doentias (nas esferas política, financeira-econômica e nos negócios) que acabam gerando problemas sistêmicos para o todo?
Seria essa terceira categoria, de empresas que levam suas reflexões até esse ponto, que está criando as melhores práticas na área de estratégia para o futuro? Seriam essas as organizações que, por meio de uma atuação política mais consciente, estariam até reinventando as próprias instituições (em sindicatos e federações), para catalisar de modo genuíno e eficaz as transformações de raiz que se fazem necessárias? A qual das categorias sua empresa pertence ou pretende pertencer? Valeria a pena incluir esse tema na sua próxima reunião de cúpula cuja pauta seja a discussão de estratégias para os novos tempos...?
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