sábado, 26 de junho de 2010

Melhores textos: O Mundo do Menos e o Mundo do Mais

1. Há uma escolha fundamental seja na vida pessoal, seja na vida das organizações, seja na vida das sociedades: pertencer ao Mundo do Menos ou ao Mundo do Mais.

O Mundo do Menos é o mundo das restrições dos custos. O Mundo do Mais é o mundo-das oportunidades dos valores. No primeiro,- habitam as pessoas, organizações e países incapazes de gerar valor, hipnotizados que estão pela economia de custos. No segundo estão as pessoas, organizações e países prósperos, rodeados de valor, de onde se origina toda a riqueza.

A lógica do mundo dos custos (Mundo do Menos) é a abdicação do valor, substituindo-o pela obsessão pêlos custos, resultando em modéstia inovatória, timpidez empreendedora, descaso com a educação e pesquisa e obtendo o consequente desastre no âmbito da qualidade. Ao contrário, o Mundo dos Valores (Mundo do Mais) está sempre ávido em aprender, em pesquisar, em procurar a qualidade, em agregar valor. O Mundo do Mais aprende a gerar valor para os outros e para si próprio e usufrui deste aprendizado em forma de prosperidade e qualidade de vida. O Mundo do Menos é o mundo do PIB(Produto Interno Bruto ou a somatória dos custos de sociedade). O Mundo do Mais é o mundo do VAB (Valor Agregado Bruto ou a qualidade de vida que o produto gera).

As pessoas, organizações e países do Mundo do Menos só conseguem desenvolver produtos, serviços com baixo valor agregado, isto é, produtos e serviços em cuja composição estão componentes de baixo valor cujos preços tiveram de ser os menores possíveis: matérias-primas baratas, ingredientes simples e sobretudo salários baixos. Está explicado o salário mínimo de 70 dólares, a pobreza urbana e rural, a não qualidade do ensino, a penúria do serviço público. O Mundo do Menos sempre propõe menos: menos valor, menos salário, menos qualidade. Uma montadora de automóveis no Brasil notabilizou-se pela redução do preço dos modelos básicos, através da extirpação da luz de ré, estepe, espelho do lado direito e outras economias menos escandalosas. O Mundo do Custo está irremediavelmente preso na sua própria armadilha: quanto mais se procura baixar o custo, mais o valor vai embora, os talentos desertam e a pobreza impera.

O Mundo do Mais, ao contrário, é obcecado pelo valor. Agrega entusiasmadamente todas as fontes de valor possíveis (cientistas, artistas, bons profissionais, talentos, novas tecnologias) e aumenta o valor das coisas, serviços e processos. No limite, esta busca do valor acaba resultando em subproduto inusitado: a redução dos custos. Quem se esforça em fazer bem só faz uma vez, portanto faz muito mais barato. Vendendo qualidade os japoneses ocuparam o mercado mundial de automóveis, eletrônicos, Hardware, máquinas fotográficas, relógios. Com preços baixos. Surpreendentemente.

A grande contribuição japonesa ao pensamento empresarial e social deste século reside precisamente nesta proposição enigmática: o custo só baixa pelo caminho do valor. A rota do custo para o valor é sempre tortuosa e não leva a lugar nenhum. Beco sem saída.

2. O Mundo do Mais e as comunidades:


Como decorrência desta contraposição, as comunidades também precisam escolher entre os dois mundos. As comunidades dos países desenvolvidos já o fizeram: optaram pelo Mundo do Mais, pelo Mundo do Valor. Embora não nos demos conta disso, fizemos (países subdesenvolvidos e, especialmente, o Brasil) a opção pelo Mundo do Menos: construímos uma sociedade baseada na economia dos custos, no preço baixo dos insumos e na miséria salarial. Convidamos empresas estrangeiras a se instalarem aqui porque "os salários são baixos, há isenção de impostos, os terrenos são subsidiados e há linhas de crédito a juros negativos". Como decorrência psicopatológica, alardeamos a todos os ventos que no Brasil o salário é baixo. A título de "contar vantagem".

As empresas europeias e americanas, que nos seus países de origem estão inseridas no Mundo do Mais (pesquisam, pagam bons salários, desenvolvem coisas novas, apoiam universidades, escolas e projetos comunitários, fabricam e vendem produtos e serviços de alto valor agregado), ao cruzar a linha do Equador incorporam-se imediatamente ao Mundo do Menos (chamam "pesquisa" a tradução de manuais enquanto nas suas matrizes fazem P&D de verdade). Os gastos, em 1993, dos 16 países mais investidores atinge 174 bilhões de dólares.

Orçamento do P&D dos 15 maiores gastadores do mundo (últimos orçamentos)

                                                                (em milhões)
01. General Motors (USA)                                6,030

02. Daimler Benz (Alemanha                             5,474

03. Ford Motor (USA)                                     5,021

04. Siemens (Alemanha)                                  4,759

05. IBM (EUA)                                               4,431

06. Hitachi (Japão)                                          4,025

07. AT&T (EUA)                                     3,428

08. Matsushita (Japão)                                     3,227

09. Fujitsu (Japão)                                           3,107

10. Alcatel Alsthom (França)                            2,863

11. Toshiba (Japão)                                         2,503

12. RWE (Alemanha)                                       2,431

13. Nippon Telegraph & Telephone(Japão) 2,372

14. NEC (Japão)                                             2,208

15. FIAT (Itália)                                             2,132

(Fonte: Business Week, 27/junho/94)

Gastos de P&D em 93 para os 16 Países Mais Investidores

                                  (em milhões de dólares)

0.1. USA                             74,071

02.Japão                             37,574

03. Alemanha                      25,942

04. Inglaterra                        8,945

05. França                            8,749

06. Suíça                              5,672

07. Holanda                          3,805

08. Itália                              3,663

09. Canadá                          2,297

10. Suécia                           1,961

11. Bélgica                            462

12. Finlândia                          395

13. Nova Zelândia                   115

14. Noruega                           105

15. Austrália                            62

16. Áustria                              56

Soma                              173,874


(Fonte: Global Vantage)

É desnecessário comparar estes números com os números brasileiros.

Antes que pensemos que a culpa é "deles" vamos botar a mão na consciência e lembrar que o convite para chafurdar no Mundo do Menos sempre parte de nós: para trazer uma fábrica de automóveis entregamos tudo (impostos, terrenos e sobretudo a vergonha da cara). A Metal Leve de São Paulo (capital nacional) instalou seu centro de pesquisa em Ann Harbor nos EUA e não no Brasil. Um determinado Ministro de Estado sugeriu aos japoneses que mandassem para cá as fabricas poluidoras. Políticos e candidatos a política alardeiam pelo mundo a fora as "enormes" vantagens de custos para atrair empresas. Todas do Mundo dos Custos.

Em Cingapura, ao contrário, para se dar um exemplo extremo, não se permite a instalação de fábricas de automóveis (não se trata de não fornecer subsídios, trata-se de proibição pura e simples). A razão é simples: automóveis são produtos que vão se comoditizando e cada vez permitem gerar menos valor agregado. A média salarial é baixa. Mas não precisamos ser tão radicais. Basta adensarmos as experiências do Mundo do Mais.

As comunidades brasileiras precisam entender que não há esperança no Mundo do Menos, por mais que pareçam lógicos os desejos de "gerar empregos" (sempre ruins) e "trazer novas empresas" (sempre de baixo valor agregado).

Não sairemos da miséria peio caminho dos custos, mas somente pelo caminho do valor.


3. Ir do Mundo do Menos para o Mundo do Mais

Realizar este trajeto pressupõe construir um conjunto novo de regras.

a. Esquecer as abstrações "País" e "Estado" e concentrar o foco nas comunidades. Se alguma coisa vai acontecer, será a partir das comunidades.


b. Entender que no Mundo do Mais não há arquitetura social fragmentada como no Mundo do Menos. Se, neste último, o problema social é de competência do "governo", no Mundo do Mais ele é coletivo. Ò Mundo do Mais funciona em networking (competências comunitárias articuladas). O Mundo do Mais é o mundo da ONG (organização não governamental). Todos os assuntos são coletivos e cada ponto do "networking" é um "gateway", isto é, um canal de entrada para novas propostas. Em qualquer área.

c. Entender que só se constrói o Mundo do Mais com decisões concretas: não dar subsídio fiscal ("Imposto é cidadania"), não entregar terrenos de graça, preferir quem agrega valor, proibir empreendimentos geradores de salários baixos. Financiar apenas quem pesquisa, adiciona valor, paga salários médios altos. O Mundo do Mais é uma questão de postura filosófica.

d. Entender que só se pode agregar valor pelo adensamento dos instrumentos necessários: centros de pesquisa, educação, concentração de organizações geradoras de valor, convívio com a excelência internacional, excelência tecnológica.

e. Entender que a educação é a principal alavanca, porque apenas pessoas educadas* conseguem gerar valor. Estudo recente "The East Asian Miracle" (Banco Mundial) investiga as razões do sucesso dos tigres asiáticos e muitas das razões estão na capacidade de educar. O especialista em educação Cláudio de Moura Castro afirma que o espantoso no Brasil não é a não qualidade da educação nacional, mas é termos ido tão longe com ela. Na verdade, a educação brasileira não é ruim. É somente adequada a um projeto do Mundo do Menos. Pessoas que receberão salários de 70 dólares não precisam ser educadas. Basta terem pernas e braços.

f. Entender que é preciso desconsiderar os conceitos de custo. Não interessa a mensuração do P EB (somatória de custos), mas a qualidade de vida que o PEB gera. O aparato analítico da Ciência Económica não consegue perceber o valor, apenas o custo. Daí a preocupação com a distribuição de renda para compensar os defeitos do conceito PIB. Mas a Ciência Económica também não entende que só se distribui renda pela inserção do pobre nos mecanismos de geração de valor e, não, por política fiscal.

g. Entender que não há assuntos isolados. Qualidade Total sai do âmbito empresarial (e da cadeia produtiva próxima) e invade toda a sociedade. Apenas haverá qualidade total para os indivíduos, se houver qualidade total para a sociedade. Em outras palavras, a pobreza tem de ser vencida. E vencida pela agregação do valor. O salário baixo só a perpetua. Desenvolvimento significa ensinar o pobre a agregar valor.

4. O desenvolvimento da sociedade em torno do conceito do Mundo do Mais confere habilidade competitiva nova aos indivíduos daquela sociedade: competitividade comunitária (community competitiveness). Valor atrai valor. Miséria atrai miséria. No momento em que tanto se fala de reengenharia, dever-se-ia almejar, sobretudo, nos países subdesenvolvidos, a Reengenharia da Sociedade ou, em outra palavras, a migração maciça dos pântanos desesperançados do Mundo do Menos para os vales prósperos do Mundo do Mais.

José Monir Nasser, diretor de AVIA Internacional

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Melhores pensamentos:Marques de Marica

A sinceridade imprudente e uma especie de nudez que nos torna indecentes e despreziveis. (Marques de Marica)

quarta-feira, 23 de junho de 2010

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Melhores textos: Liderança Autêntica


Palestrante do Fórum Mundial de Liderança e Alta Performance 2009, Bill George afirma que somente os executivos que dedicarem tempo a seu desenvolvimento individual surgirão como líderes autênticos.

O desenvolvimento da liderança, porém, pode ser visto como uma longa jornada por uma trilha desafiadora. Líderes autênticos aprendem a evitar as tentações ou a superar as falhas de personalidade que levam a esses comportamentos destrutivos; os que se perdem pelo caminho não.

A boa notícia é que líderes em desenvolvimento podem cometer erros e, ainda assim, acertar o passo e continuar sua evolução. Na verdade, esses erros, especialmente os que ocorrem cedo na carreira, são altamente benéficos ao processo de aprendizado e reduzem a probabilidade de cometer erros maiores quando se chega ao poder.

Os cinco perigos

Os principais comportamentos destrutivos característicos, que tendem a ocorrer durante a jornada de um líder estão relacionados abaixo:

Converter-se em impostor
Impostores costumam sofrer de falta de autoconhecimento e de auto-estima, evitando a auto-reflexão e, consequentemente, postergando o desenvolvimento pessoal. Eles surgem nas fileiras da organização com um misto de esperteza e agressividade e usam essas estratégias para atingir posições de poder, mas têm pouca noção de como empregar esse poder para aprender a liderar. Líderes que sucumbem a essa ameaça adotam a política de ir em frente e tirar todo mundo de seu caminho. Ao adquirirem poder, os impostores podem não saber como utilizá-lo. Eles são assolados por dúvidas sobre lidar com responsabilidades da liderança. Seus subordinados mais competentes vão procurar campos mais verdes, enquanto quem permanece na organização tende a manter a cabeça baixa.

Racionalizar acima de tudo
Esses líderes são incapazes de admitir erros, por medo de serem considerados um fracasso ou de perderem o emprego. Por sua inabilidade em assumir a responsabilidade por derrotas e fracassos, eles afastam racionalmente seus problemas. Quando as coisas não acontecem como previram, tendem a culpar forças externas ou subordinados, ou a oferecer respostas fáceis aos problemas. Pior ainda, eles podem tentar encobri-los ou negá-los.

Os crimes dos racionalizadores se tornaram muito aparentes em anos recentes. Os altos preços de ações nos anos 1990, baseados em expectativas cada vez mais elevadas de crescimento de receita, levaram muitos executivos a ir ao encontro das expectativas do mercado de ações enquanto sacrificavam o valor de longo prazo de suas empresas e a própria reputação.

Buscar a glória
Líderes que procuram a glória são motivados pela necessidade de aplausos.

A ameaça de quem busca a glória se origina da necessidade de obter reforço externo para seu amor-próprio. Dinheiro, fama, glória e poder são suas metas, já que eles perseguem a aparência do sucesso. Freqüentemente parece que é mais importante para eles serem conhecidos como poderosos do que construir organizações de valor duradouro.

Para um líder preso na armadilha da busca pela glória, entretanto, a sede de fama
é insaciável. Líderes perpetuamente insatisfeitos não conseguem ser eficazes e tendem a desviar recursos da empresa em benefício próprio.

Encarnar o lobo solitário
Na etapa heróica, é perigoso pensar que a liderança é uma perseguição solitária.

Quando os líderes adotam o papel de lobo solitário, evitam relacionamentos estreitos, não buscam mentores e não criam redes de apoio. Consequentemente, são privados do feedback apropriado.
Em um mundo competitivo, no qual líderes são avaliados por seus méritos, é lógico que aspirantes a líderes cuidariam de desenvolver recursos próprios, preservar suas idéias e confiar apenas no próprio julgamento. Sozinhos, tendem a cometer erros maiores. Caem na armadilha de auto-reforço. Enquanto isso, a empresa descarrila ou sua vida pessoal se esfacela.

Ser uma estrela fugaz
Líderes que caem nessa armadilha se concentram totalmente na carreira e sofrem muito com a falta de uma vida integrada. Viajam incessantemente. E é raro que tenham tempo para a família, para os amigos ou para si mesmos. O sono e exercícios são continuamente adiados. Quanto mais correm, mais seu estresse aumenta. A aceleração da vida nas empresas, alimentada pela tecnologia da informação, globalização e hipercompetição, cria uma demanda crescente por pessoas talentosas interessadas em correr na pista expressa. Apesar de estrelas fugazes se moverem tão rapidamente na carreira, nunca têm tempo para aprender com seus erros. Depois de um ano ou dois em qualquer emprego, estão prontas a ir adiante, antes de se confrontar com os resultados de suas decisões. Quando veem os problemas que causaram voltando para assombrá-las, sua ansiedade aumenta, assim como a urgência de mudar para um novo cargo ou outra empresa. Um dia chegam ao topo, sobrecarregados por um conjunto insolúvel de problemas. A essa altura, tendem a tomar decisões impulsivas ou até irracionais e não têm uma estrutura que permita superar os problemas de forma racional. No final, as estrelas fugazes invariavelmente se apagam.

A longa jornada da liderança

Finalmente, a responsabilidade pelo desenvolvimento da liderança cabe ao próprio líder. Até mesmo alguém tão célebre quanto Jeff Immelt, presidente-executivo da General Electric, percebeu isso quando se viu diante da maior crise de sua carreira na área de plásticos da GE: "Liderança é uma longa jornada rumo a sua alma. Não é algo que alguém possa dizer a você como fazer".

As organizações podem tomar medidas para estimular o desenvolvimento individual de líderes. Muitas empresas de ponta estão mudando seus programas de desenvolvimento de líderes, saindo do foco histórico do desenvolvimento de competências, características, habilidades e estilos para enfatizar o processo de autodesenvolvimento, que leva em conta as histórias de vida. Para isso, elas estão estimulando o uso de sistemas de apoio, como mentoria, treinamento um-a-um, feedback de 360 graus, participação em grupos de discussão sobre liderança e apoio para um trabalho saudável em equilíbrio com a vida pessoal.

Gestores corporativos que realizaram com sucesso a jornada de liderança podem ser o recurso mais adaptável e flexível de uma organização. Evitar os cinco riscos do período inicial de liderança é a primeira parte do desafio do percurso. A segunda, igualmente crucial, é encorajar o desenvolvimento de líderes com um conjunto diferente de perspectivas, capacidades e habilidades.

 

Entrevista

Existe alguma experiência transformadora em sua bagagem de liderança?

Certamente. Eu escrevo sobre minha vida em meus livros como uma série de obstáculos ou experiências transformadoras. Fui criado por um pai que me disse desde meu terceiro dia de vida: "Filho, você tem de ser um líder, mas não seja como eu". Imagine como é duro para um filho único ouvir do pai "Não seja como eu" e da mãe "Não seja como seu pai". Como lidar com isso? Eu posso dizer que, na infância, fui um desastre como líder. Perdi sete eleições seguidas, da presidência do conselho de classe no último ano do colégio a outras seis na faculdade. Fazia esforços além da conta; meu único foco era eu.

Por que seu pai disse "Não seja como eu"?

Meu pai sentia que tinha grande potencial, mas falhou como líder –porque lhe faltava tato, porque não era paciente o suficiente, por uma série de motivos. Então, por um bom tempo essas eram características que eu sentia que me perseguiam como fantasmas, e continuava tentando não ser igual a meu pai. Percebi que eu não era muito autêntico e que tinha de me apropriar dessas características e dizer: "Ei, sabe de uma coisa? Eu sou quem sou. Sou parte de meu pai, parte de minha mãe, mas sou quem sou".

Olhando para além de sua experiência, por que você acha que CEOs parecem tão obcecados por liderança?

Porque é isso o que são; eles são líderes. Mas na realidade há dois tipos de líderes. Há aqueles que dizem: "Eu sou o centro. Quanto dinheiro sou capaz de ganhar? Consigo fazer com que vocês todos me sigam?". É o que chamo de visão de liderança do século 20. Esse tipo de líder afirma: "Eu vou estabelecer as regras e diretrizes aqui, terei uma grande visão, e meu trabalho é fazer com que todos vocês sigam meus passos". Bob Nardelli, ex-CEO da Home Depot, por exemplo, tem esse conceito de liderança.

E há outra vertente, que não se concentra na própria liderança, mas na capacidade de ação que confere aos outros. Esse tipo de líder diz: "Entremos em acordo quanto aos valores e à visão, entremos em acordo quanto ao contexto geral no qual a empresa está sendo gerenciada, então vamos capacitar as pessoas em nossa organização para ir um passo à frente e liderar". Foi isso que fizemos na Medtronic.

A maioria dos CEOs pensa conscientemente sobre seu estilo de liderança? Ou eles apenas exercem o papel de líderes sem pensar nisso?

Em geral, os CEOs têm muita consciência, sim. Para ser franco, acho que eles pensam demais sobre o estilo. Isso não importa. A única coisa importante é o que acontece quando você senta com um engenheiro ou com seu gerente de projetos, visita uma fábrica ou está diante de um cliente. Como você se sai? Você realmente se interessa pelo que eles fazem? De fato os escuta? Aprende com eles? Capacita-os? Hoje os bons líderes passam o tempo todo com seu pessoal. Percebem que o valor que verdadeiramente perdura em suas empresas não é criado em Wall Street nem pela mídia, mas o valor criado a partir de uma interação autêntica com seu pessoal.

Pode-se dizer que a Medtronic, empresa que você dirigiu, também gerou valor para a humanidade criando o marca-passo. Mas imaginemos que você fosse o comandante de uma organização que produzisse batatinhas fritas, cigarros, bebida alcoólica ou mesmo armas. Você sentiria a mesma satisfação e o mesmo valor com esse trabalho?

Em armamentos não, por isso saí da Honeywell. Mas eu poderia trabalhar para a Target, varejista. Ela nunca salvou nenhuma vida, porém criou um lugar empolgante para fazer compras e traz grande valor para os consumidores. Não precisa ser algo ligado a salvar vidas. Pode ser como Dick Kovacevich, na Wells Fargo, que criou um banco realmente amigável a pessoas físicas em mercados de tamanho menor, ajudando-as a manter contas de poupança para poder custear o estudo dos filhos; isso é particularmente importante para Dick, que vem de uma comunidade na qual ele foi o primeiro a fazer faculdade. Trata-se de seu verdadeiro norte, de quem ele é realmente.

Deixe-me levantar outra questão polêmica: raramente os executivos devolvem voluntariamente bônus que receberam por resultados que não atingiram. Perderam seu verdadeiro norte?

Sem dúvida. Mas temos de nos perguntar como chegamos a isso –e a resposta é a pressão dos investidores. Nossos números estão um pouco baixos, então vamos tomar um pouco emprestado do futuro. No ano seguinte, porém, precisamos tomar emprestado um pouco mais. E de repente a montanha de números é imensa e não conseguimos alcançá-la; aí começamos a fazer coisas completamente erradas, assinando contratos de cinco ou dez anos e contabilizando tudo no presente, embora ainda tenhamos dez anos de serviço a fornecer. Esse é o tipo de coisa que acontece quando as pessoas ficam desesperadas para manter o jogo rolando. O motivo pelo qual elas não buscam transparência é que não querem saber o que está acontecendo.

Algumas coisas são relativamente transparentes e, mesmo assim, problemáticas. Estou pensando nos contratos de empregos com salários imensos para os CEOs. Você não acha que isso tem impacto sobre o desempenho da liderança?

Certamente. Se eu, funcionário, vejo você vindo de fora –sem conhecer o negócio, com um salário gordo e bônus garantido– e sei que mesmo que você fracasse e seja demitido sairá com uma montanha de dinheiro, enquanto meu salário está achatado há dez anos, isso me incomoda; destrói a confiança. Por que vou segui-lo? Por que trazer um CEO de fora, para começar? O cerne do problema é que o conselho de administração não fez o trabalho que devia para criar um sucessor. Como eu disse, uma das melhores coisas que Jack Welch fez foi criar um sucessor de dentro da empresa.

Não piorou o modo como os líderes, principalmente os CEOs, pensam sobre seus legados? Larry Ellison, da Oracle, disse certa vez que queria morrer como o homem mais rico da Terra. Por quê?

Uma das coisas que faço nas aulas em Harvard é pedir aos alunos que pensem no legado que deixarão, no que terão orgulho de contar para os netos.

 

Bill George, é professor de prática de gestão da Harvard Business School e autor dos livros Authentic Leadership: Rediscovering the Secrets to Creating Lasting Value e True North: Discover Your Authentic Leadership (ambos, ed. John Wiley), o último escrito em parceria com Peter Sims. Seu diferencial é ter sido executivo sênior na prática. Começou a trabalhar na Medtronic em 1989, como presidente e principal executivo de operações (COO). Eleito CEO em 1991, permaneceu no cargo até 2001. Sob sua gestão, o valor de mercado da empresa saltou de US$ 1,1 bilhão para US$ 60 bilhões, num ritmo de aumento médio anual de 35%. Antes disso, George foi executivo sênior da Honeywell e da Litton, ambas do setor de eletrônica. Foi eleito, em 2001, executivo do ano pela Academy of Management dos Estados
Unidos e escolhido, em 2004, uma das 25 personalidades mais influentes dos negócios dos últimos 25 anos pela Wharton School e pelo programa de TV Nightly Business Report, da PBS, rede de TV pública dos Estados Unidos.


Fonte: HSM Management 64 e 69

HSM Online
25/05/2009

 

terça-feira, 22 de junho de 2010

Melhores pensamentos: Voltaire

Uma coletanea de pensamentos e uma farmacia moral onde se encontram remedios para todos os males. (Voltaire)

Melhores pensamentos: Dante Rossetti

O pior momento da vida de um ateu e quando ele esta profundamente grato, mas nao tem ninguem a agradecer. (Dante Rossetti)

Melhores pensamentos:François La Rochefoulcald

A fama dos grandes homens devia ser sempre julgada pelos meios que usaram para obte-la. (Francois La Rochefoucauld)

Melhores pensamentos: Bill Gates

Seus clientes menos satisfeitos sao sua maior fonte de aprendizado. (Bill Gates)

Melhores pensamentos: Ugo Ojetti

Cuidado para nao chamar de inteligentes apenas aqueles que pensam como voce. (Ugo Ojetti)

sábado, 19 de junho de 2010

Melhores pensamentos: Objetivos

Se voce nao falha em pelo menos 90% das vezes, seus objetivos nao foram ambiociosos o suficente. (Alan Kay)

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Melhores textos: Aspectos Históricos sobre a Gestão Organizacional e Capitalista



por Marcos Antonio Martins Lima:

Os primórdios da Administração ou Gestão Capitalista sofreram influências diversas que vão desde a era histórica primitiva, os filósofos, os economistas liberais, os primeiros empreendedores capitalistas, a organização religiosa, a organização militar e, principalmente, a Revolução Industrial, que tornou as organizações mais complexas, maiores e desorganizadas, o avanço tecnológico e a necessidade de atualização por parte das organizações trouxeram novos problemas que ameaçavam a sua eficiência e a sua competência.

A Abordagem Clássica ou Tradicional da Administração compõe-se da Escola de Administração Científica desenvolvida inicialmente por Frederick Winslow Taylor (1856-1915) depois tendo agregado as idéias de Henry Ford (1863-1947); e da Escola do Processo Administrativo ou Teoria Clássica de Henri Fayol (1841-1925). Mesmo antes de Taylor as idéias de Adam Smith (1723-1790) e de Charles Babbage (1792-1871) sobre a divisão do trabalho, especialização e de suas vantagens para o sistema capitalista foram bastante agregadoras a essa Teoria. A Administração Científica de TAYLOR (1987), que até hoje tem alguns de seus postulados em uso nas organizações modernas, tem 5 (cinco) princípios básicos: os gerentes deveriam assumir toda a responsabilidade pela organização do trabalho, ao invés dos trabalhadores; a determinação da forma mais eficiente de realizar uma tarefa devia ser feita através de métodos científicos; os cargos devem ser providos por pessoas previamente selecionadas; o trabalho seria executado eficientemente quando os trabalhadores fossem treinados; e a fiscalização do trabalho assegurava o cumprimento dos procedimentos e o atingimento dos resultados.

O taylorismo consiste ainda na dissociação do processo de trabalho das especialidades dos trabalhadores, ou seja, o processo de trabalho deve ser independente do ofício, da tradição e do conhecimento dos trabalhadores, mas inteiramente dependente das políticas gerenciais. Taylor compreendeu e aplicou o princípio de Babbage ao separar a concepção da execução (cerébro e mãos), monopolizando o conhecimento para controlar cada fase de execução do trabalho. Ele acreditava que havia uma melhor maneira de realizar uma tarefa, e a produtividade poderia ser aumentada com os operários desempenhando tarefas rotineiras e não exigindo que eles tomassem decisões.

O enfoque taylorista rejeitava qualquer contribuição inteligente por parte do trabalhador, que poderia ser substituído sem maiores problemas para a organização. Segundo TAYLOR (1987) a Administração Científica constitui ciência em lugar de empirismo, harmonia em vez de discórdia, cooperação e não individualismo, rendimento máximo para se alcançar maior eficiência e prosperidade. Enquanto o Taylorismo preocupava-se com as tarefas, a Teoria Clássica preocupou-se com a organização como um todo. Fayol e os demais clássicos formularam uma estrutura organizacional ideal e pressupunham que se tal estrutura fosse atingida, o trabalho seria simples, impessoal e racional. FAYOL (1990) define o ato de administrar no que ficou conhecido como POCCC (prever, organizar, comandar, coordenar e controlar). Ele utiliza ainda os seguintes princípios de Administração: divisão do trabalho (especialização para aumentar a eficiência); autoridade e responsabilidade (não se concebe autoridade sem responsabilidade); disciplina (obediência, assiduidade e respeito); unidade de comando (o agente deve receber ordens de um único chefe); unidade de direção (convergir os esforços para os mesmos objetivos); subordinação do interesse particular ao interesse geral; remuneração do pessoal (diversas formas: por dia, por tarefa, por peça, prêmios etc. Desde que fosse justa e garantisse a satisfação dos empregados e da organização). Em Taylor a remuneração era baseada na produção (por peça produzida por exemplo) só que com planos de incentivo e prêmios, a partir da superação de tempos padrões na produção; centralização (para pequenas empresas é absoluta, mas para as grandes a descentralização deve ser admitida); hierarquia (série de chefias); ordem (um lugar para cada pessoa e cada pessoa em seu lugar); eqüidade (combinação da complacência com a justiça); estabilidade do pessoal (a rotatividade de pessoal tem impacto negativo para a organização); iniciativa (capacidade de visualizar um plano e assegurar o seu sucesso); e união do pessoal (esforços para estimular a harmonia).

O Fordismo foi uma das inovações mais revolucionárias no processo de trabalho, pois introduziu a linha de montagem na indústria automobilística. Inaugurada em 1903, a Ford Motor Company, passou a produzir o Modelo T em 1908, os processos mudaram um pouco, mas a demanda foi tamanha que foi necessário rever os métodos e o processo produtivo. O modelo Fordista apresenta as seguintes características: racionalização taylorista do trabalho com uma profunda divisão horizontal (parcelamento de tarefas) e vertical (separação entre planejamento e execução); desenvolvimento da mecanização através de equipamentos altamente especializados; produção em massa de bens padronizados; passagem de um sistema de tempos alocados (onde o tempo a ser gasto na execução de cada tarefa é determinado pela

gerência) para um sistema de tempos impostos (no qual a cadência do trabalho é regulada de forma mecânica e externa ao trabalho); e salários relativamente elevados e crescentes, incorporando ganhos de produtividade para compensar o tipo de processo de trabalho predominante. O fordismo adotou 3 (três) princípios básicos: princípio da intensificação (diminuir o tempo de duração com o emprego de equipamentos e matéria-prima e a rápida colocação do produto no mercado); princípio da economicidade (reduzir ao máximo o estoque de matéria-prima em transformação); e princípio da produtividade (aumentar a capacidade de produção do empregado através da especialização e da linha de montagem).

A Abordagem Tradicional e Clássica dava ênfase nas tarefas (Taylor), na estrutura (Fayol) e na produção em massa (Ford). Se fundamenta na organização racional do trabalho e no "homo economicus", ou seja, as pessoas são profundamente influenciadas por recompensas salariais e materiais. O Taylorismo como filosofia difere do Taylorismo como sistema de produção, pois as idéias de Taylor representam grandes avanços na Teoria das Organizações, embora suas práticas organizacionais tenham provocado até involuções sociais.

Os indicadores financeiros não são suficientes porque não nos informam se estamos a aumentar as nossas vantagens competitivas, e se estamos a melhorar o nosso relacionamento com clientes e fornecedores. Mas, são insuficientes sobretudo porque a contabilidade e as finanças falam-nos do passado mas não nos dizem nada sobre o presente e muito menos sobre o futuro. Gerir as pequenas e médias empresas com base na contabilidade é como conduzir olhando pelo retrovisor.

A Abordagem Humanista da Teoria Organizacional contrariou vários postulados da Abordagem Clássica de Fayol e da Administração Científica de Taylor. A ênfase na estrutura e nas tarefas é substituída pela ênfase nas pessoas. A natureza do ser humano como "homo social" substitui a concepção de "homo economicus", ou seja, as pessoas são motivadas pela necessidade de reconhecimento, de aprovação social e de participação, e não motivadas e incentivadas por estímulos salariais e financeiros. Dentre os autores que agregaram referencial teórico à Abordagem Humanista no sentido das relações sociais e psicológicas podem ser citados: Mary Parker Follet (1868-1933), George Elton Mayo (1880-1949), Kurt Lewin (1890-1947), Herbert Alexander Simon (1945), Abraham H. Maslow (1908-1970), Frederick Herzberg (1959) e Douglas M. McGregor (1960).

Através das experiências coordenadas por Elton Mayo e realizadas a partir de 1927 na fábrica da "Western Electric Company", que produz equipamentos e componentes telefônicos, situada em Chicago, no bairro de Hawthorne, foi permitido o delineamento dos princípios básicos da Abordagem Humanista. É-nos necessário expor alguns aspectos do pensamento de MAYO (1959), um cientista social australiano, professor e diretor do Centro de Pesquisas Sociais da "Harvard School of Business Administration". Segundo BENDIX e FISHER (1971) para Mayo a conduta do homem na sociedade é determinada basicamente pela tradição. O comportamento tradicional é visto sob a ótica de um objetivo social positivo. A felicidade individual e o crescimento e a saúde da sociedade dependem da existência de um sentido de "função social" do indivíduo. Para Mayo o conflito é uma chaga social e a cooperação é o bem-estar social, exceto as formas de cooperação apoiadas por meios políticos, como as negociações coletivas, que na verdade não são cooperação, mas apenas substitutos artificiais. Assim quando cada indivíduo possui o senso de função social e responsabilidade, a sociedade torna-se um organismo social sadio. A tradição designa o seu papel no grupo. A cooperação, quando é assegurada, integra os objetivos individuais aos coletivos. Os administradores industriais devem organizar essa cooperação, pois os operários apenas cooperam quando aceitam os objetivos da administração. As experiências de Hawthorne levaram a conclusões que colocavam em cheque as formulações da Abordagem Clássica e da Administração Científica, pois derrubavam por terra a prepoderância dos fatores fisiológicos sobre os psicológicos. Essas conclusões podem ser resumidas da seguinte forma: é a capacidade social do trabalhador que estabelece o seu nível de competência e de eficiência e não sua capacidade de executar corretamente os movimentos dentro de um tempo pré-determinado; o comportamento do indivíduo se apóia no comportamento do grupo. O grupo estabelece métodos para manter o respeito pelas suas atitudes. Quem produzisse em ritmo muito rápido era tratado com sarcasmo e apelidos como forma de desaprovação do grupo; a existência de uma organização informal composta por grupos sociais informais. Esses grupos constituem a estrutura humana da empresa; e relações humanas são as atitudes e ações desenvolvidas pelas interações entre pessoas e grupos.

Após os ciclos de experiências em Hawthorne, Mayo passa a adotar os seguintes pontos de vista: o trabalho é uma atividade tipicamente grupal; o operário reage como membro de um grupo e não como indivíduo isolado; a organização eficiente é incapaz de elevar a produtividade se as necessidades psicológicas não forem descobertas, localizadas e satisfeitas; e as relações humanas e a cooperação constituem a chave para evitar o conflito social. Essas idéias irão influenciar, sobremaneira, as escolas seguintes da Administração: escola comportamental ou behaviorista, escola do desenvolvimento organizacional e outras.

Bibliografia:

TAYLOR, F. W. Princípios de Administração Científica. São Paulo: Atlas. 1987.
FAYOL, H. Administração Industrial e Geral. São Paulo: Atlas. Cap 1, 2a. Parte. 1990.
MAYO, Elton. Problemas Humanos de uma Civilizácion Industrial . Buenos Aires: Galatea. Cap. 3-5, 1959.
BENDIX, R. E FISHER, L. As Perspectivas de Elton Mayo, in A. Etzioni (org), Organizações Complexas. São Paulo: Atlas. 1971. p. 119-131.

Material compilado pela Núcleo RH: R. Pernambuco, 189 – 13º andar – CEP 30130 150 – BH/MG – Pabx (31) 3213 6565 – www.nucleorh.com.br

terça-feira, 15 de junho de 2010

Melhores textos: Dicas do Prof. Marins -10 DICAS PARA SER UM EMPREENDEDOR!

> Quais as principais características de um "empreendedor"? Aqui vão elas:
>
> 1. Boas idéias são comuns a muitas pessoas. A diferença está naqueles que
> conseguem fazer as idéias transformarem-se em realidade, isto é, implementar as
> idéias. A maioria das pessoas fica apenas na "boa idéia" e não passa para a
> ação. O empreendedor passa do pensamento à ação e faz as coisas acontecerem.
>
> 2. Todo empreendedor tem uma verdadeira paixão por aquilo que faz. Paixão faz a
> diferença. Entusiasmo e Paixão são as principais características de um
> empreendedor!
>
> 3. O empreendedor é aquele que consegue escolher entre várias alternativas e não
> fica pensando no que deixou para trás. Sabe ter foco e fica focado no que quer.
>
> 4. O empreendedor tem profundo conhecimento daquilo que quer e daquilo que faz e
> se esforça continuadamente para aumentar esse conhecimento sob todas as formas
> possíveis.
>
> 5. O empreendedor tem uma tenacidade incrível. Ele não desiste!
>
> 6. O empreendedor acredita na sua própria capacidade. Tem alto grau de
> auto-confiança.
>
> 7. O empreendedor não tem fracassos. Ele vê os "fracassos" como oportunidades de
> aprendizagem e segue em frente.
>
> 8. O empreendedor faz uso de sua imaginação. Ele imagina-se sempre vencedor.
>
> 9. O empreendedor tem sempre uma visão de vários cenários pela frente. Tem, na
> cabeça, várias alternativas para vencer.
>
> 10. O empreendedor nunca se acha uma "vítima". Ele não fica parado, reclamando
> das coisas e dos acontecimentos. Ele age para modificar a realidade!
>
> Pense nisso. Você tem estas características? Como é o seu pessoal?
>
> Luiz Marins, Ph.D.
>
>
> Glossário : Empreendedor = Que empreende, Ativo, Arrojado
> Empreender = Tentar realizar algo difícil, por em execução, fazer
> Tenacidade = Constância, persistência, obstinação


segunda-feira, 14 de junho de 2010

Melhores textos: MAPA IMPRESSIONANTE E IMPORTANTE

MAPA IMPRESSIONANTE E IMPORTANTE
Colocando o cursor sobre cada país, além de indicar quantos nascem e morrem a cada instante,indica a população local e as toneladas de emissões de CO2.
É impressionante o movimento na China e na India.
Verifique que a população da Europa não consegue se substituir.
Em contrapartida, a da África e a da Ásia não param de aumentar.
Ponha o mouse em cima de um país e você terá a informação de quantas pessoas nascem e morrem a cada momento,a população de cada país e o que ele produz de CO2


http://www.breathingearth.net/
Enviado por Luis Bueno Baddini

Melhor calendário da Copa 2010

 

sábado, 12 de junho de 2010

Melhores textos: 2012, MAIS UM ENGODO PSEUDO-ESOTÉRICO?

 
2012, MAIS UM ENGODO PSEUDO-ESOTÉRICO?
Por Celso Zymon (novembro de 2008)
Prezados amigos e amigas de jornada. Os que me conhecem sabem da minha posição quanto ao esoterismo atual. Com raras e honrosas exceções, todos continuam "perdidos" em meio ao real e imaginário e ainda por algumas vezes doentio. Porém o mais estranho de tudo não são os "comerciantes do mercado", mas sim os "compradores". Esses sim me assustam.

Vamos começar pelo fatídico dia 14 de outubro 2008 onde a canalizadora Blossom disse que o mundo iria ser visitado por grandes naves espaciais, isso foi um bom exemplo do que tenho a dizer. O "mundo" parou nesse dia para olhar o céu e aguardar. Haviam correntes de e-mail por todo lado, mensagens no YOU TUBE, traduções para várias línguas. Talvez eu tenha sido a única pessoa a
divulgar publicamente, semanas antes, que nada iria acontecer. Divulguei isso abertamente em meu site WWW.filoterapia.com e através do meu mailing list para mais de 6 mil pessoas. Se mais alguém divulgou com antecedência que nada ocorreria desconheço.

Sinceramente  gostaria muito que tivesse realmente ocorrido a aparição da grande nave nos céus, mas conhecendo a base da maioria das canalizações pude afirmar que nada iria acontecer. Como de fato foi o que ocorreu, ou melhor, não ocorreu. Depois do segundo ou terceiro dia do "fracasso" é que os grandes sites e grupos esotéricos começaram a explicar ou colocar seu ponto de vista ao público. Mas antes da data prevista não conheço nenhum que elucidou o público.

 Temos centenas de outros exemplos, mas para não prolongar vamos direto ao Calendário Maia que é o foco desta nossa conversa. Na realidade não há problema algum com ele, os Maias foram (e continuam sendo) um povo adiantado e de grande sabedoria, matemáticos, pontuaram uma progressão geométrica dos acontecimentos baseados na ampla observação unida a dons especiais. Exemplo: se você não controlar o crescimento populacional até o ano ...... ocorerrá um acréscimo de ...... e haverá problemas de ...... o que culminará em...... por volta de ....... anos. Bem, esse é apenas um modestíssimo exemplo de coisas explicáveis que os Maias deixaram escrito e que podemos resumir assim: Senhores do futuro tempo, nossos irmãos, se não "acordarem a tempo" irão se auto-destruir por seus próprios atos causando uma disbiose planetária. Pronto. Nada mais que isso. Obviamente estamos passando por momentos críticos e que podem piorar muito, segundo muitos cientistas já é irreversível o processo de degradação da Terra e com isso muitas mudanças ocorrerão, em todos os níveis. Segundo os estudos científicos da Universidade Albert Schweitzer os ciclos biogeoquímicos que sustentam a Terra já estão se rompendo.

Mas a história aqui é que cria-se uma fantasia tão grande em cima de um processo já esperado que acabo me perguntando, estou errado? Será que há mais alguém que pensa como eu? Sará que é difícil separar realidade da fantasia nesse assunto? Felizmente estou encontrando mais pessoas e abaixo transcrevo uma mensagem do grupo SER ATENTO coordenado por Carlos Aveline para que possam ter um outro lado da reflexão.

Mas antes quero relatar-lhes que um canalizador me chamou a atenção, e são poucos que me chamam a atenção, esse eu realmente quero dar crédito, pois o que ele me passou foi pura emoção, chama-se Neale Donald Walsch (autor de Conversando com Deus). Fiz parte do seu grupo de estudos por um tempo, pois seus livros e filme tocaram meu coração. Em um dos estudos uma pessoa que fez um curso com Ramtha, outra canalizada renomada internacionalmente mas que ao meu ver parece ser mais um grande engodo, perguntou para Neale: E quanto a 2012? Ramtha disse que devemos estocar alimento, mudar para as montanhas, isolar-se, etc, o que você ou Deus tem a dizer?
Respirou profundamente e disse: Sabe o que ela vai dizer se ao chegar em 2012 não acontecer nada? Todos ficaram mudos aguardando a resposta... Bem ela vai dizer que "a humanidade passou por grandes provações e o conselho dos Deuses irão dar mais uma chance a todos, não destruindo a Terra pois mudamos nossa vibração e nossos pensamentos estão mais elevados agora, mas que isso sirva de um grande alerta para mudarem ainda mais a forma de pensar e de agir, é a última chance". E assim encerrou sua explicação. Todos continuaram mudos. Ou seja. Há um movimento enorme e uma preocupação enorme para absolutamente nada. Não estou dizendo que nada irá acontecer, porém que é um absurdo ver e ler um monte de teorias sem fundamento algum. Os ciclos da vida e do cosmos são naturais, os eventos são naturais, a extinção de uma raça quando ela não "acorda" é natural. Apenas isso. Árvore que não dá frutos, acaba-se com ela. Isso é um simbolismo.

Voltando ao caso dos canalizadores e pessoas ligadas ao mundo pseudo-espiritual, Não é isso que a maioria dos canalizadores falam? Predizem algo e se esse algo não acontece dizem simplesmente que mudamos a vibração e fomos abençoados? Ou que repetem assuntos já sabidos por todos! E isso gera absurdos ainda maiores como os abaixo exemplificados:
Que tal passar um fim de semana com os mestres por 3 parcelas de R$200,00?
Que tal passar o carnaval com os anjos e mestres ascencionados junto a natureza da cidade ... por 5 parcelas de R$185, 00 com direito a café da manhã e banho?
Parece brincadeira? Acham que estou brincando?
Mas é o que inúmeros "canalizadores" tem feito. Basta dar um 'look' no Google. Sei que há exceções em tudo, porém são somente exceções onde deveria ser maioria.

O livro Mensageiros do amanhecer, interessantíssimo, predisse uma data, 1999, e nada aconteceu. O livro exilados da Capela, muito bom por sinal e sério, também predisse a data de 1984, e o que aconteceu? Nada! Estamos ainda aqui, em guerra, em desamor total, em loucura e fanatismo. Creio que esperamos o fim do mundo para justificar nossa total falta de coragem, nossa total preguiça e falta de verdadeiro amor. Pois se tivéssemos verdadeira consciência, amor e ação correspondente diríamos, 2012 será o melhor ano do planeta, pois iremos construir agora o melhor dia, o melhor mês, o melhor ano para que 2012 seja um ano de luz. Vou agora acabar com a corrupção dentro de mim. Não mais vou votar nos candidatos que estão lá, mas vou eleger e escolher um entre os meus amigos que confio, que seja íntegro e vou apoiá-lo a se eleger. E se não houver alguém digno, votarei NULO. Isso mesmo. Se todos fizessem isso iriam ver o que aconteceria. Vou assumir que tudo depende de mim em primeira instância e não vou dar a outra face para baterem, mas vou TOMAR POSSE DO QUE É MEU e ajudar o meu irmão a fazer o mesmo. Assim não damos chance para o usurpador, para o mal, para as sombras e iluminaremos nosso templo. Que acha disso?

Um dos grandes problemas é que poucos querem ver ou perceber a realidade que coloquei acima! Ficaram cegos.

Importante ressaltar que há realmente um ciclo que se inicia e que mudanças sérias e talvez catastróficas ocorrerão, mas que não se faça pseudo-especulação em cima da boa vontade ou ingenuidade humana!

Aqui está o texto do grupo SER ATENTO que também sugere uma reflexão profunda em nossas crenças e aceitações esotéricas.


FABRICANDO 2012: A INGENUIDADE EM AÇÃO
Amigos,

( Brasília, 24 fevereiro 2009)

Há circulando pela internet mensagens falando de 2012 como se fosse uma data 'fatídica' indicada pela tradição maya, e fazendo publicidade para um filme de Hollywood que será lançado em breve a respeito.
Vale a pena deixar claro: na verdade, não há qualquer menção a 2012 na tradição Maya em si mesma.

Tudo não passa das especulações de José Arguelles, feitas no final do século 20, com base em alguns dados astrológicos.

A observação isenta e a tradição esotérica mostram que as transições de eras se fazem gradualmente ao longo de séculos. A marcação de datas exatas para o 'fim do mundo' ou qualquer transição mundial resulta, isso sim, da ansiedade pessoal de pessoas desinformadas em relação à filosofia esotérica e aos grandes ciclos de tempo em que se dá a evolução humana.

Todo aquele que investigar as reais fontes e a verdadeira origem do suposto 'calendário maya' apontando para 2012, verão que a única 'fonte' é Arguelles, tentando seguir os passos do sucesso de Carlos Castaneda, este sim, um pensador profundo e ligado a tradições reais.
É verdade que estamos vivendo uma transição mundial difícil, acelerada, geológica, cultural, política, militar e espiritual.

Mas é melhor não exagerar nas especulações. Devemos priorizar, isto sim, a Arte de Agir Corretamente, plantando bom Carma sem antecipar datas para isso ou aquilo.
Marcar datas coloca as pessoas na posição de espectadores.
O que precisamos, ao contrário, é de cidadãos planetários ativos, co-responsáveis pelo processo todo, dotados de uma visão construtiva, ao mesmo tempo prática e contemplativa, e de longo prazo.

Fraternalmente,

Carlos Cardoso Aveline
(editor de
www.filosofiaesoterica.com)
Não quero que com o que lancei pense que sou descrente, muito pelo contrário, foi por ser crente até demais que me deparei com inúmeras situações de fraude, porém que mesmo ao alertar as pessoas envolvidas preferiram e escolheram permanecer como estavam. Depois de passar maus momentos com diversos falsos conselheiros espirituais e pseudo-mestres canalizados, desenvolvi um senso crítico que hoje me permite com toda razão e sem medo dizer quem está ou não com intenções corretas e inspirações realmente divinas. E creiam, são raros, muito raros.

Mais abaixo coloco um pequeno resumo do livro que fala sobre as profecias maias.
Na época em que o li, montei até um quadro delas pois pensava em se tratar de uma tradução verídica do calendário, ainda em ingenuidade acreditava que o autor era autêntico, mas depois que comecei a leitura percebi que havia um tipo de canalização ou inspiração mediúnica misturada com o egocentrismo, de uma forma que não preenchia meu coração, então iniciei minha pesquisa individual e o tempo pode comprovar a realidade.

Leia e veja por si, que nada aconteceu segundo o livro de Jose Arguelles tido como referência mundial para as Profecias Maias. Se alguém tiver novas versões independentes e estudos sérios, estou de mente aberta para conhecer. Que me enviem para rever os pontos de vista, até lá, que assim seja.


Transcrevo pedaços das profecias maias segundo o autor mencionado.

2002
Ano de preparação de transição
2003
Aumenta o número de pessoas que não toleram novas energias.
2004
Mudanças repentinas nas pessoas.
Tombam os alicerces da igreja católica.
Morre o papa João Paulo II
2005
Aparece no Céu um novo planeta
O sistema bancário quebra
2006
Existem dois tipos de humanidades bem diferenciadas
Grande caos em nível mundial
As catástrofes planetárias põem em harmonia os povos
2007
Desaparecem muitas fronteiras
Começa o sentimento de unidade
A humanidade colabora com irmãos maiores
2008
Os que conseguem tolerar a freqüência de 13 ciclos ficam os demais desencarnam
Os povos se ajudam entre si
É feita a limpeza total astral do planeta

Bem, vou parar por aqui. Não precisamos ir mais longe para dizer que o "evento 2012" comentada nesse livro e discutida no mundo todo pode ser nada mais do que outra grande fraude pseudo-esotérica.
Basta ler as profecias "Maias" acima e verão que nada está no seu lugar, interpretação errônea de José Arguelles?

Não desvalorizo o calendário Maia, pois sabemos que era um povo de rara inteligência, mas questiono sim a tradução ou interpretação de má fé, canalizada por "sei lá quem" que se diz um legítimo MAIA.

Obviamente estamos passando por grandes transformações, mas nada que o próprio homem não tenha causado, e pior, conscientemente, se é que podemos chamar isso de consciência, na realidade, egóica tão somente.

Creio que passamos da fase de simplesmente acreditar, precisamos ir mais além. Mas também não é comprovar cientificamente tudo, nada disso, é ir mais além, e ir no ato, na ignição de tudo.

Quanto ao que acontecerá em 2012 simplesmente limito-me a dizer que o amor vencerá sempre. Porém para aqueles que sabem amar. E aqui vem a pergunta: Se em 2012 Deus perguntar a todos, quem de vocês sabe amar?

O que responderemos? O que você responderá?
Esse talvez seja o maior desastre da humanidade, não há catástrofe pior do que essa. A Terra pode desaparecer, os mares podem inundar, mas não há pior catástrofe do que um coração sem amor! 

E é esse coração frio que o mundo tem se tornado, portanto digo, independente de haver catástrofes ou não o meu coração está em paz e para mim 2012 será um ano maravilhoso. E para você?

 Enviado por Ricardo Teixeira

Melhores dicas de livros: UNIDADE: Os princípios comuns a todas as religiões

UNIDADE: Os princípios comuns a todas as religiões

Jeffrey Moses

Editora Sextante, 2009

 

Um livro voltado para a cultura da paz. O autor, mestre em Filosofia da Educação, pesquisou durante mais de 20 anos os pontos em comum de algumas das principais religiões. Nesta terceira versão do livro, apresenta 64 princípios comuns a todas elas. Depois de uma breve introdução ao princípio, cita expressões extraídas dos ensinamentos que o corroboram. O foco está sempre no "espírito da lei", não necessariamente na sua letra. O primeiro texto é sobre a "Regra de Ouro". O último é composto de orações das várias religiões que sintetizam quase todo o conteúdo da obra.

É um livro voltado para a cultura da paz porque procura demonstrar que, na essência, somos todos um e que não faz sentido nos colocarmos como inimigos, cultivarmos mágoas, nutrirmos ódios, sermos predatórios, estimularmos a competição desenfreada que leva às guerras. E isto não apenas no âmbito das organizações, das sociedades, do planeta. A paz pode ser cultivada também em cada relacionamento que mantemos com qualquer pessoa, qualquer ser vivo, qualquer ambiente. A leitura nos leva a refletir sobre o que fazemos no nosso dia a dia que pode gerar felicidade ou produzir desentendimentos e sofrimento. O que eu penso de cada uma das pessoas com quem tenho contato? Pode ser um contato longo e intenso ou apenas uma troca de olhares. Eu discrimino as pessoas com meus pensamentos, meus sentimentos, minhas palavras (e o tom da voz), minhas decisões? Ou eu sempre "vejo Deus atrás de cada olhar"? Como isto se reflete nos ambientes que eu ajudo a criar com as minhas a atitudes? Como eu uso os recursos que estão à minha disposição? Procuro sempre a parcimônia, a responsabilidade, o não esbanjamento? Ou sequer me dou conta de que vivemos num planeta finito e que as consequências do desperdício serão vividas pelas próximas gerações? Estes são alguns dos temas presentes nas tradições milenares, mas que ainda não penetraram na consciência humana.

Independentemente de qual seja a religião de sua escolha (e até mesmo para os que não vêm sentido nas religiões), esta obra pode proporcionar momentos intensos de reflexão e de auto-avaliação sobre seu papel no mundo.

 

Tarcisio Cardieri

Melhores dicas de livros: O FUTURO DA ADMINISTRAÇÃO

O FUTURO DA ADMINISTRAÇÃO

Gary Hamel

Editora Campus, 2007


No início do século 20, a principal atividade econômica nos países do hemisfério norte era a industrial. E foi na indústria que surgiram as grandes propostas de inovação em gestão: a administração científica de Taylor, a linha de montagem de Ford, as divisões de negócios de Sloan, as gerências de produtos da P&G, os indicadores de desempenho financeiro da DuPont, o planejamento estratégico da GE. Esses princípios, estabelecidos na primeira metade desse século, se espalharam pelo mundo todo e, de certa forma, continuam a vigorar até hoje, até mesmo por serem os únicos estudados nas escolas de administração. São princípios que dão grande ênfase às questões técnicas da gestão. Nem mesmo a publicação, em 1960, do extraordinário estudo de Douglas McGregor "O Lado Humano da Empresa" mudou esse foco. 

O mundo do século 21 é bem diverso do daquela época. Com os avanços da tecnologia e a importância do conhecimento para gerar inovações, a posse e organização de recursos materiais como fatores chave de sucesso das organizações ficaram bastante minimizadas. Para este novo mundo organizacional são necessários outros modelos de gestão, radicalmente diferentes. É o que Gary Hamel propõe nesta obra. 

 

Hamel define gestão como "a capacidade de mobilizar recursos, traçar planos, programar o trabalho e estimular esforços". E afirma que isto "é fundamental para a realização dos objetivos do ser humano". Como são seres humanos os executivos e trabalhadores em geral de qualquer tipo de organização, assim como os consumidores de todos os bens e serviços, os objetivos das pessoas cada vez mais se interligam com os das empresas, órgãos governamentais e entidades do terceiro setor. E os modelos de gestão baseados exclusivamente no capital se tornam não apenas inadequados, mas danosos para as organizações e para a sociedade. 

 

A proposta contida no livro não é de uma "receita de sucesso". Embora apresente vários exemplos de organizações que já estão criando novos modelos, eles não são tratados como melhores práticas a serem seguidas por outras. Hamel destaca que cada organização deverá criar seu próprio modelo, inspirando-se nos referenciais adotados por quem já está efetivamente operando na realidade do século 21. Mais do que receitas de sucesso, ele apresenta um cardápio de provocações para que cada leitor busque criar novos modelos de gestão. A leitura, ela mesma, é um estímulo intenso para a busca da inovação.

 

Tarcisio Cardieri

Melhores dicas de livros: Como Resolver Problemas Complexos

Como Resolver Problemas Complexos

Adam Kahane

Editora Senac São Paulo, 2008

 

Como um bacharel em Física e licenciado em Economia de Energia e Recursos se transforma em um facilitador de diálogos voltado para a solução de problemas complexos como a superação do apartheid na África do Sul? A trajetória de sua evolução pessoal é o eixo deste livro de Adam Kahane. Com extraordinária sinceridade, ele relata sua transformação de um técnico brilhante, frio e lógico, que acreditava que para todos os problemas havia uma resposta certa (em geral, matemática), em um ouvinte respeitoso, capaz de fazer emergir o que de melhor as pessoas têm, ainda que estejam em campos opostos.

O livro foi escrito com a intenção de partir de situações menos complexas e evoluir para as mais desafiadoras. Neste processo vão sendo apresentados os conceitos extraídos das práticas analisadas. O conjunto forma uma espiral evolutiva de aprendizagem na forma de uma jornada envolvente e cativante. Embora as situações relatadas se refiram principalmente a problemas sociais de grande porte, como as negociações com a guerrilha na Colômbia e a reconstrução da Nicarágua pós ditadura, há sempre referências a situações análogas nas empresas e em órgãos governamentais (e também no ambiente familiar). No final são apresentados princípios fundamentais, que emergiram da prática, para a atuação do mediador que busca construir novas realidades. Alguns deles:

- Preste atenção ao seu estado de ser e a como você conversa e ouve. Observe suas próprias premissas, reações, contrações, ansiedades, preconceitos e projeções.

- Manifeste-se. Observe e diga o que está pensando, sentindo e desejando.

- Lembre-se de que você não conhece a verdade acerca de nada. Quando você pensa que está absolutamente certo sobre como são as coisas, acrescente "na minha opinião" à sua frase. Não se leve tão a sério.

Este princípios podem parecer simples, mas praticá-los efetivamente é u  enorme desafio. Por isso, Kahane revela extrardinária franqueza em reconhecer que várias tentativas de solução não apresentaram os resultados desejados. O que ele procura destacar, nestes casos, é a aprendizagem obtida a partir da análise das causas do insucesso e como essa aprendizagem foi utilizada nos eventos seguintes em que esteve envolvido.

Um livro fundamental para quem busca resolver problemas complexos sem o uso da força, seja ela a militar seja a da autoridade hierárquica ou a pressão psicológica.

Tarcisio Cardieri

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Melhores textos: A ARTE DO SILÊNCIO

 

A ARTE DO SILÊNCIO

Certa vez, um homem tanto falou que seu vizinho era ladrão, que o vizinho acabou sendo preso.

Algum tempo depois, descobriram que era inocente.

O rapaz foi solto e, após muito sofrimento e humilhação, processou o homem/vizinho.

No tribunal, o homem/vizinho disse ao juiz:

- Comentários não causam tanto mal...

E o juiz respondeu:

- Escreva os comentários que você fez sobre ele num papel.

Depois pique o papel e jogue os pedaços pelo caminho de casa.

Amanhã, volte para ouvir sentença!

O homem/vizinho obedeceu e voltou no dia seguinte, quando o juiz disse:

- Antes da sentença, terá que catar os pedaços de papel que espalhou ontem!

- Não posso fazer isso, meritíssimo! - respondeu o homem.

O vento deve tê-los espalhado por tudo quanto é lugar e já não sei onde estão!

Ao que o juiz respondeu:

- "Da mesma maneira, um simples comentário, que pode destruir a honra de um homem,

espalha-se a ponto de não podermos mais consertar o mal causado".

"Se não se pode falar bem de uma pessoa, é melhor que não se diga nada!"

"Sejamos senhores de nossa língua, para não sermos escravos de nossas palavras."

Nunca se esqueça:

Quem ama não vê defeitos...

Quem odeia não vê qualidades...

E quem é amigo vê as duas coisas...

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Melhores textos: Gerenciamento digital de direitos (DRM*)

Gerenciamento digital de direitos (DRM*) - ESQUEÇAM!, 
por Cory Doctorow

Microsoft Research DRM talk -
Palestra sobre DRM na Microsoft Research

Cory Doctorow, 17 de Junho de 2004

Saudações amigos piratas! Arrrrr! Estou aqui hoje para falar sobre copyright, tecnologia e DRM, trabalho para a Electronic Frontier Foundation em assuntos relacionados a copyright (em sua maioria), e vivo em Londres. Não sou advogado -- sou uma espécie de porta-voz/ativista, embora ocasionalmente eles me façam a barba, me coloquem no meu terno de Bar Mitzvah e me enviam pra algum "comitê de padrões" (standards body) ou à ONU pra fazer algum barulho. Eu passo mais ou menos três semanas por mês na estrada fazendo coisas completamente esquisitas como indo pra Microsoft falar sobre DRM. Eu levo uma vida dupla: também sou um escritor de ficção científica. Isto significa que "eu tenho um cachorro nessa briga" (I've got a dog in this fight), pois tenho sonhado em ganhar a vida com o que escrevo desde que tinha 12 anos de idade. Eu admito que meu negócio baseado em Propriedade Intelectual não é tão grande quanto o de vocês, mas garanto a vocês que é tão importante para mim quanto o de vocês é para vocês. 

Eu estou aqui para convencê-los de que: 
1. Sistemas pra DRM não funcionam 
2. Sistemas pra DRM fazem mal a sociedade 
3. Sistemas pra DRM são ruins pros negócios 
4. Sistemas pra DRM são ruins pros artistas 
5. DRM é uma péssima decisão de negócios para a MSFT 

Essa palestra vai ser basicamente uma geral no assunto. A Microsoft já colocou muito dinheiro em sistemas para DRM, e gastou muito tempo enviando pessoas como a Martha, o Brian e o Peter para várias salas-cheias-de-fumaça de modo a ter certeza que o esquema de DRM da Microsoft encontre uma recepção hospitaleira num mundo futuro. Companhias como a Microsoft são como um carro com um motorzão atrás: demora pra acelerar mas quando chegam lá tem um momento de inércia muito grande que é difícil parar sem que o motor vá parar no colo do motorista. Acredito que a Microsoft deva converter um pouco desse momento (em DRM) em momento angular, e fazendo isso, salvar a todos nós. Vamos mergulhar nisso.

1. Sistemas pra DRM não funcionam 

Este item se divide em duas partes:
1. Um pequeno curso-relâmpago para relembrar um pouco de teoria de criptografia.
2. Aplicar isso a DRM.

Criptografia - escrita secreta - é o ato de guardar segredos. Geralmente envolve três partes: o transmissor, o receptor e um atacante (na verdade, pode haver mais atacantes, emissores e receptores, mas vamos manter o exemplo simples). Usualmente chamamos essas pessoas de Alice, Bob e Carol. 

Digamos que estamos nos dias de César, na Guerra Gálica. Você precisa enviar mensagens indo e voltando pros seus generais, e você preferiria que seus inimigos não as interceptassem. Você pode se confiar na idéia de que qualquer pessoa que intercepte a sua mensagem provavelmente é um analfabeto, mas essa é uma aposta muito alta pra arriscar o seu império nela. Você pode enviar suas mensagens via mensageiros confiáveis que vão mastigar e engolir as mensagens se forem capturados - mas isso não te ajuda se Brad Pitt e seus homens de saia matarem o mensageiro com uma flecha antes que ele perceba que algo o atingiu. 

Então você criptografa sua mensagem com algo como uma cifra ROT-13, onde cada letra é rotacionada metade do alfabeto. Isso era feito na Usenet (grupos de discussão) com dados não críticos, na época em que todos na Usenet se preocupavam com a segurança dos dados -- A se tornaria N, B se tornaria O, C se tornaria P, e por aí vai. Para decifrar, basta somar mais 13, aí N vira A, O vira B, blá blá blá. 

Bem, esse esquema é bem bestinha: assim que alguém descobrir seu algoritmo, seu segredo já era.

Se você fosse César, você ia passar um bocado de tempo se preocupando em manter a existência dos seus mensageiros e suas cargas em segredo. Entendeu? Suponha que você é Augustus e que você precisa enviar uma mensagem para Brad sem que Caceous bote as mãos dele na mensagem. Você entrega a mensagem a Diatomaceous, o mais rápido corredor do império, cifra-a usando ROT-13 e o envia na hora mais escura da noite, tendo certeza que ninguém sabe que você o enviou. Caceous tem espiões em todo canto, no castelo e espalhados pelas estradas, e se algum deles meter uma flecha no Diatomaceous, eles porão as mãos na mensagem, e se descobrirem a cifra, você está lascado. Então a existência da mensagem é um segredo. A cifra é um segredo. O texto cifrado é um segredo. São muitos segredos, e quanto mais segredos você tiver, menos seguro você está; especialmente se algum desses segredos é compartilhado. Segredos compartilhados já não são mais tão secretos assim. 

O tempo passa, coisas acontecem, e então Tesla inventa o rádio e Marconi fica com todo o crédito pela invenção. Isto é tanto boa quanto má notícia para a criptografia: de um lado, suas mensagens podem ser enviadas para qualquer lugar que tenha um receptor e uma antena, o que é ótimo pros bravos soldados trabalhando atrás das linhas inimigas. Por outro lado, qualquer um com uma antena pode ouvir a mensagem, o que quer dizer que não é mais possível manter a existência da mensagem em segredo. Toda vez que Adolf mandar uma mensagem pra Berlin, ele deve assumir que Churchill a ouviu. 

O que é OK, porque agora temos computadores - gigantes e primitivos computadores mecânicos, mas ainda assim computadores. Computadores são máquinas que manipulam números, então cientistas dos dois lados (usando-os) passam a se digladiar numa batalha pra inventar o método mais esperto de manipular o texto numericamente representado, de modo que o outro lado não possa desembaralhá-lo. A existência da mensagem não é mais segredo, mas a cifra usada ainda é. 

Mas ainda são segredos demais. Se Bob interceptar uma das máquinas Enigma de Adolf, ele pode dar a Churchill acesso a todo tipo de mensagem. Quer dizer, essa foi uma boa notícia pra Churchill e pra nós, mas foi uma má pra Adolf. E ao final do dia, é uma má notícia para qualquer um que queira manter um segredo. 

Entram em cena as chaves: uma cifra que usa uma chave é ainda mais segura. Mesmo que a cifra seja descoberta e o texto cifrado seja interceptado, sem a chave (ou sem se quebrar a chave), a mensagem ainda é secreta. No pós-guerra, isso é ainda mais importante a medida que começamos a perceber o que eu chamo de Lei de Schneier: "qualquer pessoa pode inventar um sistema de segurança tão bom que o inventor não consiga pensar em uma maneira de quebrá-lo". Isto significa que a única metodologia experimental para descobrir se você cometeu um erro na sua cifra é contar a todas as pessoas espertas sobre ela e perguntar se as pessoas conseguem pensar em alguma maneira de quebrá-la. Sem este passo crítico, você vai viver num paraíso de tolos, onde um atacante pode ter quebrado sua cifra há muuuuito tempo e está quietinho decifrando todas as mensagens que intercepta, sabendo todos seus segredos. 

Na melhor das hipóteses, só há um segredo: a chave. E com criptografia dual-key (de duas chaves) fica muito mais fácil para Alice e Bob manterem suas chaves em segredo de Carol, mesmo que eles nunca tenham se encontrado. Desde que Alice e Bob consigam manter suas chaves em segredo, eles podem assumir que Carol não vai conseguir acesso ao texto de suas mensagens, mesmo que ela tenha acesso a cifra e ao texto cifrado. Convenientemente, as chaves são o menor e mais simples dos segredos, sendo então mais facilmente mantidos fora do alcance de Carol. Viva pra Bob e Alice! 

Agora, vamos aplicar isso a DRM.

No caso de DRM, o atacante *é também o receptor*. Não são Alice, Bob e Carol, são somente Alice e Bob. Alice vende um DVD a Bob. E ela vende um DVD player a Bob. O DVD tem um filme nele - digamos, Piratas do Caribe - e o filme está encriptado com um algoritmo chamado CSS - Content Scrambling System (Sistema de Embaralhamento de Conteúdo). O DVD player tem um "desembaralhador" CSS. 

Agora, vamos prestar atenção no que é segredo neste caso: a cifra é conhecida (CSS). O texto cifrado (filme no DVD) está definitivamente em mãos inimigas, arrr. E aí? Desde que a chave esteja em segredo com relação ao atacante, tudo está protegido.

Mas esse é o ponto. Alice quer que Bob compre Piratas do Caribe dela. Bob só vai comprar Piratas do Caribe se ele puder desembaralhar o vídeo criptografado com CSS no DVD player dele. De outro modo, o disco DVD só seria útil a Bob como apoio de copo [ou como frisbee]. Então Alice tem que entregar a Bob - o atacante - a chave, a cifra e o texto cifrado.

**Risadas na platéia**

Sistemas pra DRM são normalmente quebrados em minutos, algumas vezes em dias. Muito raramente, em meses. Isso não acontece por que as pessoas que projetam os sistemas são burras. Também não é porque as pessoas que os quebram sejam espertas. Não é porque há falhas nos algoritmos. No final das contas, todo sistema pra DRM tem uma vulnerabilidade em comum: eles têm que entregar ao atacante o texto cifrado, a cifra e a chave. E nessa hora, o segredo já não é mais segredo.

2. Sistemas pra DRM fazem mal à sociedade

Levantem suas mãos se você está pensando, "Mas DRM não tem que ser a prova de atacantes espertos, só dos indivíduos medianos! É como se fosse uma lombada na rua!" Pode abaixar sua mão. Esta é uma falácia por duas razões: uma técnica e uma social. No entanto, as duas prejudicam a sociedade.

Aqui está a razão técnica: Eu não preciso ser um cracker para quebrar o sistema de DRM. Eu só preciso saber como procurar no Google, no Kazaa, [no e-mule,] ou em qualquer outra ferramenta que faça procura pela "mensagem decifrada" [seja ela música, filme, jogo, programa de computador, etc.] que alguém mais esperto do que eu já extraiu.

Levantem suas mãos quem estiver pensando algo tipo, "Mas NGSCB pode resolver este problema: nós vamos trancar os segredos na placa lógica e cobrir tudo com epoxy."

Baixem suas mãos.

Levantem suas mãos se você for um dos autores do artigo da Darknet (Darknet paper). [Este paper foi escrito por Peter Biddle, Paul England, Marcus Peinado e Bryan Willman, todos da Microsoft Corporation. Embora, como dito no rodapé da primeira página do artigo, comentários nesse paper representam as opiniões dos autores e não necessariamente as da Microsoft Corporation. Uma versão em PDF pode ser encontrada no IDEAS sob o nome The Darknet and the Future of Content Distribution]. 

Todo mundo do primeiro grupo que levantou a mão, conheçam os autores do artigo da Darknet. Este artigo fala, entre outras coisas, que DRM vai falhar exatamente por essa razão. Podem abaixar as suas mãos, caras. 

E aqui está a razão social pela qual DRM falha: manter um usuário (honesto) honesto é como manter um usuário (alto) alto. Vendedores de DRM nos dizem que a tecnologia deles deve ser a prova de usuários medianos, não de grupos criminosos organizados como piratas Ucranianos que produzem milhões de falsificações de alta qualidade. Não devem ser a prova de guris universitários inteligentes. Não devem ser a prova de pessoas que saibam editar o registro [do MS-Windows], ou segurar a tecla shift apertada no momento certo, ou usar um engenho de busca. No final das contas, DRM é feita pra deter os menos sofisticados e menos capazes de todos os usuários. 

Aqui vai uma história verídica de uma usuária que foi "parada" pelo DRM. Ela é inteligente, fez faculdade, e não sabe nada sobre eletrônica. Ela tem três filhos. Ela tem um DVD player na sala de estar e um velho videocassete VHS no quarto das crianças brincarem. Um dia, ela trouxe pra casa o DVD de Toy Story pras crianças assistirem. Este é um investimento substancial, e dada a característica geralmente melecada/arranhada de tudo em que as crianças botam as mãozinhas, ela decidiu gravar em fita VHS (o filme do DVD) e deixar a fita com as crianças -- assim ela poderia fazer uma nova cópia em fita VHS quando a primeira fosse destruída [sem ter que comprar outro DVD]. Ela conectou o DVD no videocassete, pressionou "play" no DVD e "rec" no videocassete e esperou. 

Antes que eu vá mais adiante, gostaria que vocês parassem um momento e se maravilhassem com a situação. Aqui temos alguém que é praticamente tecnofóbica, mas que conseguiu construir um modelo mental de precisão suficiente para que ela percebesse que podia, ligando os cabos nas posições corretas, copiar o filme do disco digital para uma fita analógica. Imagino que todos aqui nessa sala são usados como "suporte técnico" por alguém na família; não seria ótimo se todos os nossos amigos e parentes que não entendem nada de tecnologia fossem tão espertos e imaginativos? 

Também gostaria de chamar a atenção para o proverbial usuário honesto. Ela não está fazendo uma cópia para os vizinhos. Ela não está fazendo uma cópia e a vendendo em cima de um cobertor na rua. Ela não está copiando o filme pro seu HD, codificando em DivX e compartilhando-o via Kazaa [ou e-mule]. Ela está fazendo algo *honesto* -- movendo o filme de um formato para outro. Ela está fazendo um gravação caseira[, algo como gravar um programa da TV para assistir uma vez depois]. 

Exceto que ela não conseguiu o que queria. Há um sistema de DRM chamado Macrovision embutido - por lei - em cada VHS que mexe com o sinal vertical e faz com que fitas gravadas desse modo não funcionem. O Macrovision pode ser burlado por mais ou menos US$ 10 com um aparelhinho facilmente comprável (por exemplo em sites como o eBay). Mas a nossa infratora não sabe disso. Ela é "honesta". Pouco sofisticada tecnicamente. Não estúpida, só ingênua. 

O artigo da Darknet mostra essa possibilidade: e até prevê o que essa pessoa irá fazer a longo prazo: ela vai descobrir sobre serviços como Kazaa e da próxima vez que ela quiser um filme para as crianças, ela vai baixá-lo da rede e gravá-lo em CD para elas. De modo a adiar esse dia o máximo possível, nossos legisladores e grandes detentores de interesses [e propriedade intelectual] criaram políticas desastrosas para prevenir que tais sistemas de proteção sejam burlados [anticircumvention]. 

Legalmente, funciona assim: se você coloca uma trava - um controle de acesso - num trabalho protegido por copyright, é ilegal quebrar a trava. É ilegal fazer uma ferramenta que quebre a trava. É ilegal contar a alguém como fazer tal ferramenta. Uma corte até declarou ilegal contar a alguém onde se poderia encontrar informação sobre como se criar tal ferramenta. 

Lembram da Lei de Schneier? Qualquer um pode criar um mecanismo de segurança tão bom que o criador não consegue ver suas falhas. A única maneira de se encontrar as falhas de segurança é divulgar como o sistema funciona e pedir realimentação do público em geral sobre o sistema. Mas agora querem que vivamos num mundo onde qualquer cifra usada pra cercar um trabalho sujeito a direito autoral, tenha esse tipo de realimentação proibido. Isto é algo que um professor de engenharia em Princeton chamado Ed Felten e seu time descobriram quando ele submeteu um artigo para uma conferência acadêmica sobre falhas no Secure Digital Music Initiative, um esquema de marcas d'água proposto pela indústria fonográfica. A RIAA [(Recording Industry Association of America, associação das empresas da indústria fonográfica dos EUA)] respondeu ameaçando processá-lo caso ele tentasse publicar o artigo científico. Nós [a EFF] lutamos contra a RIAA porque Ed é o tipo de cliente que um advogado de contestação gosta: impecável e limpo, e a RIAA então desistiu do caso. Ed foi muito sortudo. Pode ser que o próximo não seja tão sortudo. 

Para dizer a verdade, o próximo não foi. Dmitry Skylarov é um programador russo que deu uma palestra numa conferência em Las Vegas sobre falhas num sistema de travas da Adobe para livros eletrônicos. O FBI o colocou na cadeia por 30 dias. Ele fez uma acordo com relação à pena/punição, voltou para a Rússia, e o equivalente russo ao Departamento de Estado dos EUA emitiu um comunicado alertando seus pesquisadores para se afastar de conferências norte americanas, já que os EUA se transformaram num país onde certas equações matemáticas são ilegais. 

Estas novas leis são uma força poderosa para aqueles que querem excluir seus competidores. Se você alegar que seu software presente no motor dum carro é sujeito a direito autoral, você pode processar qualquer um que crie uma ferramenta que faça interface com ele. Isto não é só má notícia para mecânicos - pense nos fanáticos em carros que querem modificar seus carros para ajustar o desempenho. Agora temos empresas como a Lexmark alegando que seus cartuchos de tinta para impressora contêm produtos protegidos por direito autoral -- software que dispara um sinal "Eu estou vazio" quando acaba a tinta, e processou um competidor que fez um cartucho remanufaturado que cancelava o sinal. Até empresas que fazem abridores de portão de garagens entraram na onda, alegando que seus receptores têm firmware sob copyright. Carros, cartuchos de impressora, controles de porta de garagem, o que mais vão dizer que tem copyright, acendedores de lâmpadas? 

Mesmo no contexto de trabalhos tradicionalmente sob direito autoral como filmes em DVDs, estas leis são uma má notícia. Copyright representa um equilíbrio delicado. Ele dá alguns direitos aos criadores e a outros "donos" do direito autoral da obra, mas também reserva alguns direitos para o público. Por exemplo, um autor não tem direito de proibir que alguém transcodifique seus livros para formatos apropriados para os cegos. Mais importante ainda, o criador tem muito pouco o que dizer sobre o que você pode fazer uma vez que você legalmente adquiriu um trabalho. Se eu compro de você um livro, um quadro ou um DVD, ele pertence a mim. É minha propriedade. Não minha "propriedade intelectual" - um tipo esquisito de pseudo-propriedade que é um queijo suíço de exceções, suavizações e limitações - mas uma real, sem enganação e tangível *propriedade* - o tipo de coisa com as quais as cortes têm lidado usando leis de propriedade por séculos. 

Mas leis como as de anticircumvention permitem aos criadores/"detentores dos direitos originais" inventar novos e excitantes direitos para eles mesmos - criar leis privadas sem prestar contas ou assumir responsabilidades -- que expropriam sua propriedade física em favor deles. DVDs com código de região são um exemplo disso: não existe direito autoral aqui ou em qualquer lugar que eu saiba que diga que o autor pode controlar onde eu possa apreciar seu trabalho criativo, uma vez que eu tenha pago por ele. Eu posso comprar um livro e jogá-lo na minha mala e levá-lo comigo para qualquer lugar de Toronto a Timbuktu, e lê-lo quando e onde eu quiser. Posso até comprar livros nos EUA e levá-los pra Inglaterra, onde o autor pode ter um acordo de exclusividade de distribuição com um editor local que o venda pelo dobro do preço dos EUA. Quando eu acabar de lê-lo, eu posso vendê-lo ou dá-lo de graça na Inglaterra. Advogados que trabalham com copyright chamam isso de "First Sale" (1a. venda), mas é mais simples pensar nisso como "Capitalismo". 

As chaves usadas para decifrar um DVD são controladas por uma organização chamada DVD-CCA, e eles têm um monte de requisitos de licenciamento para qualquer um que queira obter uma chave deles. Um dos requisitos é chamado codificação por região (region-coding): se você compra um DVD na França, ele vai ter uma marcação que diz, "Eu sou um DVD europeu". Traga esse DVD pros EUA e seu DVD player vai comparar a marcação com a lista de regiões permitidas, e se não baterem, o aparelho de DVD vai lhe dizer que ele não tem permissão para tocar o seu disco. 

Lembre-se: não há lei de direito autoral que diga que o autor pode fazer isso. Quando os estatutos de copyright foram escritos e deram certos direitos aos autores para controlar exibição, duplicação, trabalhos derivados, e por aí vai, "geografia" não ficou de fora por acidente. Isto foi proposital. 

Então quando seu DVD francês não funcionar nos EUA, não foi porque é ilegal; foi por que os estúdios de cinema inventaram um modelo de negócios e então inventaram uma "lei" para protegê-lo. O DVD é sua propriedade e também o é o DVD player, mas se você quebrar a codificação por região do seu disco [para assisti-lo no seu aparelho], você está violando a legislação de anticircumvention. 

Foi o que aconteceu com Jon Johansen, um adolescente norueguês que queria assistir seus DVDs franceses num DVD player norueguês. Ele e alguns amigos escreveram código que quebrava o CSS de modo que ele pudesse assistir os discos. Ele é um homem procurado aqui nos EUA; na Noruega os estúdios fizeram o maior barulho para prendê-lo acusado de *ilegalmente violar um sistema de computação*. Quando a defesa perguntou, "Que sistema Jon violou?" A resposta foi: "O dele próprio"

Sua propriedade real, sem enganação e física foi expropriada pela esquisita, inventada e metafórica propriedade intelectual no seu aparelho de DVD: DRM só funciona se o aparelho que vai tocar o disco se tornar propriedade de quem quer que seja o "dono" do que você quer tocar. 

3. Sistemas pra DRM são ruins pros negócios 

Esta é a pior das idéias que dão forma a DRM: a de que as pessoas que fazem os aparelhos de tocar discos devem poder especificar que discos você pode ouvir, e que as pessoas que fazem discos devem poder vetar o projeto de aparelhos para tocar discos. 

Nunca tivemos tal princípio: na verdade, nós sempre tivemos exatamente o contrário. Pense em todas as coisas que podem ser plugadas numa interface paralela ou serial, as quais nunca foram imaginadas pelos que inventaram as interfaces. Nossa economia e inovação rápida são resultado da habilidade de qualquer um fazer qualquer coisa que se conecte a algo mais. Desde uma lâmina que se encaixe ao final do tubo do aspirador de pó ao que quer que se encaixe na saída do acendedor de cigarros no painel do seu carro, interfaces padronizadas com as quais qualquer um possa construir algo que se comunique são o que transforma nerds em bilionários. 

As cortes afirmam isso várias e várias vezes. Antigamente era ilegal se plugar qualquer coisa que não viesse da AT&T na tomada de telefone. Eles (AT&T) alegavam que era pela segurança da rede, mas na realidade era sobre aquelas taxas que a AT&T recebia pela cobrança do aluguel do seu telefone até que você tivesse pago seu valor umas mil vezes. 

Quando essa proibição foi derrubada, foi criado um mercado para equipamentos telefônicos de terceiros, desde novos aparelhos de telefone a secretárias eletrônicas, a telefones sem fio, etc. -- bilhões de dólares em atividade econômica que haviam sido suprimidos pela interface fechada. Perceba que a própria AT&T foi uma das grandes beneficiadas com a abertura: eles *também* entraram no negócio de produzir novos aparelhos. 

DRM é o equivalente em software a essas interfaces fechadas. Robert Scoble mantém um excelente blog, onde ele escreveu um ensaio sobre a melhor maneira de proteger seus investimentos em música digital que você compra. Você deveria comprar música pro iTunes da Apple, ou música pro esquema de DRM da Microsoft? Scoble argumenta que música pro da Microsoft é um melhor investimento, pois a Microsoft teria um maior número de licenciadores para o seu formato proprietário e desse modo propiciaria um ecossistema mais rico de dispositivos para escolher quando você for comprar um para tocar seus discos virtuais. 

Que idéia esquisita: a de que deveríamos analisar nossas compras de discos com base em que companhia nos permitirá a maior diversidade de dispositivos pra tocar seus discos! É como se dissesse a alguém para comprar Betamax ao invés de um Cinetoscópio de Edison por que o Thomas Edison é muito chato pra licenciar suas patentes; e isso enquanto se ignora a marcha do mundo todo em direção ao formato mais aberto VHS. [Isso sem falar que a escolha em questão deveria ser pela música em si, e não pela tecnologia A ou B.] 

É um mau negócio. DVD é um formato onde o cara que faz os discos também projeta os aparelhos que os tocam. Pergunte a si mesmo: quanta inovação ocorreu na década passada com relação aos DVD players? Eles ficaram mais baratos e menores, mas onde estão os estranhos e novos mercados para DVD que foram abertos pelo videocassete? Há uma companhia que está produzindo o primeiro jukebox (tipo radiola de ficha) de DVD do mundo baseado em HDs, um aparelho que guarda 100 filmes, e estão cobrando *US$ 27.000* por ele. Estamos falando que componentes que valem poucos milhares de dólares -- todo o resto do preço é resultado do custo de anti-competição. 

4. Sistemas pra DRM são ruins pros artistas 

Mas e o que dizer sobre os artistas? O diretor que trabalha duro, o escritor sujo de tinta, a estrela do rock ex-viciada em heroína? Nós pobres peões da classe criativa somos os personagens favoritos de todos nessa situação: a RIAA e a MPAA (Motion Picture Association of America, associação das empresas de cinema dos EUA) nos levantam no braço e dizem, "Ninguém se preocupa com nossas crianças?" As pessoas que compartilham arquivos em sistemas peer-to-peer (P2P) dizem, "Sim, nós pensamos nos artistas, mas vocês gravadoras são elefantes brancos, quem se preocupa com o que acontece com vocês?" 

Para entender o que DRM causa aos artistas, é necessário entender como direito autoral e tecnologia interagem. Copyright é inerentemente tecnológico, já que as coisas que ele regula - cópia, transmissão, etc. - são inerentemente tecnológicas. 

Rolos para piano foram o primeiro sistema para cópia barata de música. Foi inventado numa época onde a forma dominante de entretenimento nos EUA era contratar um pianista talentoso para vir a sua sala de estar e tocar melodias enquanto você cantava. A indústria de música consistia basicamente em editores de partituras em papel. O piano-automático (player piano) foi um sistema de gravação e playback "digital". Empresas de rolos para piano compravam partituras e copiavam as notas impressas nas mesmas em 0s e 1s em longos rolos de fita para computador, os quais as empresas vendiam às milhares -- centenas de milhares -- aos milhões. Estas empresas faziam isso sem nem um centavo de compensação para as editoras de partituras. Elas eram piratas de música digital. Arrrr! 

Previsivelmente, os compositores e editores de música ficaram doidos. Sousa [John Philip] foi ao Congresso dos EUA dizer que: "Estas máquinas falantes vão arruinar o desenvolvimento artístico da música nesse país. Quando eu era um garoto... à frente de cada casa nas noites de verão, se podia encontrar jovens juntos cantando as canções da época ou músicas antigas. Hoje tudo que se ouve são essas máquinas infernais tocando noite e dia. Não teremos mais nossas cordas vocais. As cordas vocais serão eliminadas por um processo de evolução, assim como foi eliminada a cauda do homem quando este veio do macaco." 

Os editores de partituras pediram ao Congresso que banisse os rolos de piano e criasse uma lei que dissesse que qualquer novo sistema para reproduzir música deveria estar sujeito a veto pela associação da indústria de música. Sorte nossa que o Congresso percebeu que lado do pão tinha manteiga e decidiu não criminalizar a forma de entretenimento então dominante nos EUA. 

Mas havia o problema de se pagar os artistas. A Constituição define o propósito do copyright nos EUA: promover as artes e ciências úteis. Os compositores tinham uma história crível de que eles iriam compor menos caso não fossem pagos para isso, então o Congresso precisava criar uma correção. Essa foi a idéia que eles criaram: qualquer um que pagasse ao editor de música a quantia de dois centavos, teria o direito de fazer um rolo para piano de qualquer música que aquele editor houvesse publicado. O editor não poderia dizer não, e ninguém teria que contratar um advogado a US$ 200 a hora para argumentar sobre se o pagamento deveria ser de dois ou dez centavos. 

Esta licença compulsória ainda está em vigor hoje em dia: quando Joe Cocker canta "With a Little Help from My Friends," ele paga uma taxa fixa ao editor dos Beatles e lá se vai ele - mesmo que Ringo odeie a idéia. Se você já parou para imaginar como Sid Vicious [do The Sex Pistols] convenceu [Paul] Anka a deixá-lo chegar perto de "My Way", bem, agora você sabe como. Esta licença compulsória criou um mundo onde milhares de vezes mais dinheiro era feito por milhares de vezes mais criadores que criaram milhares de vezes mais música que chegou a um público milhares de vezes maior. 

Esta história se repete através dos séculos a cada dez ou quinze anos. O rádio foi permitido por uma licença voluntária - as empresas de música se juntaram e pediram um decreto que as permitiria oferecer todas as suas músicas a uma taxa fixa. Com a TV a cabo foi uma licença compulsória: a única maneira de as operadoras de cabo terem acesso às transmissões de TV era pirateá-las e enfiá-las via cabo, e o Congresso achou melhor legalizar a prática ao invés de mexer com as TVs dos eleitores. 

Algumas vezes, as cortes e o Congresso decidiram simplesmente abrandar algum poder do copyright -- foi o que aconteceu com o videocassete. Quando a Sony criou o videocassete em 1976, os estúdios já haviam decidido como seria a experiência de assistir a um filme na sua sala de estar: eles iriam licenciar a programação para uso numa máquina chamada Discovision, que tocaria grandes discos tipo LP que seriam somente para leitura. 

Um protótipo dos DRM de hoje. Na época, os entendidos em copyright não tinham bons prognósticos para o videocassete. A Sony argumentou que seus aparelhos permitiriam um uso justo (fair use), o qual é definido pelas cortes se infringe ou não o direito autoral baseado em quatro fatores: se o uso transforma a obra em algo novo, como uma colagem por exemplo; se usa toda ou apenas parte da obra; se a obra é artística ou principalmente factual; e se o novo uso prejudica o modelo de negócios do criador. 

O padrão Betamax falhava em todos os quatro critérios: quando uma pessoa duplicava um filme de Hollywood "do ar", era criada uma versão não transformada de 100 por cento de um trabalho criativo de uma maneira que diretamente prejudicava o fluxo de dinheiro proveniente do licenciamento do Discovision. Jack Valenti, o porta-voz da indústria do cinema, disse ao Congresso em 1982 que o videocassete era para a indústria do cinema dos EUA o mesmo que "o Estrangulador de Boston é para uma mulher sozinha em casa". 

Mas a Suprema Corte dos EUA decidiu contra Hollywood em 1984, quando determinou que qualquer dispositivo que fosse capaz de uso "substancialmente não infringindo a lei" era legal. Em outras palavras, "Não caímos nessa história de Estrangulador de Boston: se seu modelo de negócios não pode sobreviver à criação dessa ferramenta de uso geral, está na hora de criar um novo modelo de negócios ou quebrar". 

Hollywood encontrou outros modelos de negócios, assim como os transmissores de TV encontraram, assim como os artistas e os publicadores de música também encontraram, e foi criada mais arte que pagou mais artistas e alcançou uma audiência maior.

Existe uma coisa que cada novo modelo de negócios de arte tem em comum: todos abraçaram a nova mídia em que viveram.

Há uma característica presumida para cada nova mídia de sucesso: ela é verdadeira consigo mesma. A Bíblia de Lutero não teve sucesso baseada nas características que faziam ser valiosa uma Bíblia feita a mão por um monge: elas eram feias, não eram escritas em Latim, não eram lidas em voz alta por alguém que poderia interpretar as escrituras para a audiência leiga, elas não representavam anos de trabalho com devoção com D maiúsculo feito por alguém que dedicou sua vida a Deus. O que fez a Bíblia de Lutero ter sucesso foi sua escalabilidade: ela era mais popular pois era mais difundida/proliferada: todos os fatores de sucesso de uma nova mídia são pequenos em relação a sua velocidade de proliferação. Os organismos de maior sucesso na terra são aqueles que se reproduzem mais: insetos, bactérias, nematóides e vírus. Reprodução é a melhor de todas as estratégias de sobrevivência. 

Rolos para piano não soavam tão bem quanto a música de um pianista talentoso: mas eles *escalavam melhor* [podia-se ter muito mais rolos pra piano do que pianistas]. O rádio não tinha o elemento social encontrado em apresentações ao vivo, mas mais pessoas podiam construir um receptor e configurá-lo corretamente do que caberiam na maior das casas de concerto. MP3s não vêm com encarte, não são vendidas a você por um vendedor "mais-na-moda" que você e que pode ajudá-lo a escolher o CD e arquivos mal "ripados" ou corrompidos existem aos montes: eu mesmo, uma vez, baixei uma versão de apenas doze segundos de "Hey Jude" do Napster original. Ainda assim MP3s estão competindo com os CDs. Eu não sei mais o que fazer com CDs: eu os compro, e eles são tipo aquelas sacolas bonitas de lojas chiques que você recebe quando compra algo: são bonitinhos e você se sente desperdiçando algo ao jogar fora, mas pelo amor de Deus, quantos desses uma pessoa pode ter e usar? Posso colocar dez mil músicas no meu laptop, mas uma pilha comparável de CDs, com encartes e tudo mais -- é um atraso de vida: acaba saindo caro até pra armazenar em algum lugar. 

Aqui estão as duas coisas mais importantes para se saber sobre computadores e a Internet:

1. Um computador é uma máquina para manipular bits.

2. A Internet é uma "máquina" para mover bits de um lugar a outro de maneira muito barata e rápida.

Qualquer nova mídia que se desenvolva com a Internet e com computadores vai abraçar esses fatos, não se arrepender deles. Um máquina de imprimir jornal é uma máquina que cospe papel barato e não muito cheiroso, cheio de notícias e o faz rapidamente: se você tentar usá-la para imprimir litografias detalhadas de arte, tudo que você vai obter é lixo. Se você usá-la para imprimir jornais, você vai ter a base de uma sociedade livre. 

O mesmo se dá com a Internet. Na época do nascimento do Napster, executivos da indústria de música costumavam aparecer em conferências e dizer a todos que o Napster estava condenado pois ninguém iria querer aqueles arquivos MP3s com compressão que perde qualidade, que não têm os encartes dos CDs e que vêm truncados ou contendo informações (metadados) incorretas. 

Hoje ouvimos editoras de livros eletrônicos (e-books) dizendo uma para a outra, e para quem quer que queira ouvir, que a barreira para os e-books é a resolução da tela. Isso é besteira, enrolação, e também é enrolação toda essa história de como é legal ver os livros na estante e como é bom o cheiro de um livro e como se pode levar os livros pra qualquer lugar (até para a banheira). Essas são idéias óbvias e não necessariamente verdadeiras, é como, por exemplo, a idéia de que o rádio só fará sucesso quando descobrirem como vender cachorro quente aos ouvintes durante os intervalos, ou que o cinema realmente fará sucesso quando descobrirmos como trazer os atores para um bis ao final do filme. Ou dizer que o que a Reforma Protestante realmente precisa são Bíblias de Lutero com iluminuras nas margens e um padre-de-aluguel para ler em voz alta sua Palavra-de-Deus pessoal. 

Novas mídias não fazem sucesso por que elas são como as mídias antigas, só que melhores: elas fazem sucesso pois são piores do que a mídia anterior no que ela era boa, e melhores que a mídia anterior em alguma área que ela era ruim. Livros são bons em serem cor de papel, de alta resolução, precisar de pouca infra-estrutura pra ler, relativamente baratos e descartáveis. Livros eletrônicos são bons em estarem disponíveis livremente em qualquer lugar do mundo ao mesmo tempo numa forma que é tão maleável que você pode "colar" um pedaço do texto na sua sessão de IM (Instant Messaging) ou transformá-lo numa lista de e-mails onde os assinantes recebem uma página por dia do livro. 

O único caso de sucesso de publicações eletrônicas - quero dizer, centenas de milhares, milhões de cópias distribuídas e lidas - é a de piratas de livros digitais [bookwarez], onde livros são "escaneados", processados por um sistema OCR e distribuídos na rede. As únicas editoras legítimas que estão tendo algum sucesso com e-publishing são aquelas cujos livros cruzam a Internet sem porcarias tecnológicas atreladas: editoras como a Baen Books e a minha própria, Tor, que disponibilizam alguns livros ou todo seu catálogo em ASCII, HTML e PDF. 

Livros eletrônicos dependentes de hardware, ou e-books com DRM que restringem uso, esses estão se dando mal. As vendas se medem na casa das dezenas, algumas vezes na casa das centenas. Ficção científica é um nicho de mercado, mas quando se está vendendo cópias às dezenas, isso nem sequer é um negócio, está mais para um hobby. 

Cada um de vocês está subindo uma curva onde você lê mais e mais palavras de uma ou mais telas a cada dia em suas carreiras profissionais. É uma questão de soma zero: você também está lendo cada vez menos palavras em folhas de papel com o passar do tempo: o executivo jurássico que imprimia seus e-mails e ditava a resposta para a sua secretária está seguindo a avenida para a extinção. 

Hoje em dia, neste mesmo segundo, pessoas estão lendo palavras em telas a cada momento que conseguem encontrar. Seus filhos ficam vidrados em seus Game Boys até os olhos caírem. Adolescentes europeus tocam as campainhas nas casas com seus dedões hipertrofiados de tanto enviar SMSs, ao invés de usar o dedo indicador como antigamente. 

Livros em papel são a "embalagem" em que livros vêm. Impressoras-encadernadoras baratas como a Internet Bookmobile que conseguem produzir um livro completo, em quatro cores, com capa lustrosa, lombada impressa, bem encadernado, em dez minutos e custando um dólar são o futuro dos livros em papel: quando você precisar de uma instância de um livro em papel, você vai gerar um, ou parte de um, e se livrar dele quando acabar de usá-lo. Eu cheguei em SEA-TAC [aeroporto de Seattle] na segunda-feira e queimei alguns CDs a partir da minha coleção de música para ouvir no meu carro alugado. Quando eu devolver o carro, vou me livrar desses CDs. Pra que eu preciso deles? 

Toda vez que uma nova tecnologia interfere com copyright, nós mudamos um pouco o copyright. Direito autoral não é uma proposição ética, é utilitária. Não há nada de *moral* sobre se pagar dois centavos pelos direitos de criar um rolo pra piano, não há nada de *imoral* em não se pagar Hollywood pelos direitos de copiar um filme em fita a partir da sua TV. É apenas a melhor maneira de balancear as coisas de modo a que os direitos de propriedade física das pessoas aos seus videocassetes e toca discos sejam respeitados; e que os criadores ganhem uma cenoura grande o suficiente para que continuem a fazer shows, música, filmes e quadros. 

Tecnologia que interfere com copyright, o faz pois simplifica e barateia a criação, a reprodução e a distribuição. Os "negócios" atuais em torno de direitos autorais exploram ineficiências no antigo sistema de produção, reprodução e distribuição, e certamente são enfraquecidos por novas tecnologias. Mas novas tecnologias sempre nos dão mais arte e um maior alcance para essa arte: é *pra isso* que serve a tecnologia. 

Tecnologia nos propicia maiores tortas, das quais mais artistas podem conseguir um pedaço. Isto tem sido tacitamente reconhecido a cada estágio da briga sobre direitos autorais desde os rolos pra piano. Quando copyright e tecnologia colidem, é o copyright que tem que ser modificado. O que quer dizer que o copyright atual - aquele que os sistemas de DRM querem resguardar/perpetuar - não veio da montanha escrito em duas tábuas de pedra. Ele foi criado num tempo ainda presente em nossa memória, de modo a acomodar a realidade técnica criada pelos inventores da geração anterior. Abandonar novas invenções agora, vai roubar os artistas de amanhã dos novos negócios, do novo alcance e das novas audiências que a Internet e o PC podem propiciá-los. 

5. DRM é uma péssima decisão de negócios pra MSFT 

Quando a Sony trouxe à tona o videocassete, ela fez um aparelho que poderia tocar os filmes de Hollywood, mesmo com Hollywood não gostando da idéia. [O mesmo a Sony fez com a indústria de música quando criou o walkman.] As indústrias que cresceram em função do videocassete - aluguel de filmes, gravações caseiras, câmeras de vídeo, até filmadores de Bar Mitzvah [e batizados] - trouxe bilhões para a Sony, seus "amigos" [e até para Hollywood]. 

Foi uma boa estratégia de negócios - mesmo com a Sony tendo perdido a guerra entre os formatos Betamax e VHS, a quantidade de dinheiro no mundo com videocassetes foi mais que suficiente para compensar a derrota do Betamax. 

Mas então a Sony adquiriu uma relativamente pequena empresa de entretenimento e começou a fazer grandes burradas. Quando o formato MP3 surgiu e os usuários de walkman da Sony estavam doidos por um tocador de MP3, a Sony deixou sua unidade de negócios em música comandar o show: ao invés de criar um player de MP3 de alta capacidade, a Sony lançou seus Music Clips, dispositivos de baixa capacidade que só tocavam formatos DRM mongóis como Real e OpenMG. Eles gastaram uma boa grana enfiando "funcionalidades" (features) nesses dispositivos que impediam as pessoas de livremente mover suas músicas de um aparelho pra outro. Os usuários sumiram, se afastaram do produto aos montes. 

Hoje em dia, a Sony está morta e afogada com relação a walkman. Os líderes de mercado são "pequenas" empresas de Cingapura como a Creative Labs - o tipo de empresa que a Sony costumava destruir como a um inseto, antes de ser transformada em zumbi pela sua unidade de entretenimento - e companhias que produzem computadores com a Apple. 

Isto ocorreu pois a Sony produziu e lançou um produto para o qual não existia uma demanda de mercado. Nenhum possível cliente da Sony acordou de manhã e pensou, "Poxa, eu queria que a Sony gastasse um bocado de dinheiro pra inventar um jeito de restringir o que eu posso fazer com a minha música". Quando foram apresentados a uma alternativa atraente, os clientes da Sony entusiasticamente mudaram de barco. 

O mesmo aconteceu com um monte de pessoas que conheço que costumavam ripar seus CDs em arquivos WMA. Vocês [da MS] lhes venderam software que produzia arquivos menores, com melhor qualidade de som do que os rippers MP3, mas vocês também "consertaram" o esquema de modo a fazer as músicas presas a um único PC. Isso quer dizer que quando as pessoas faziam backup de seus arquivos para outro HD e re-instalavam o sistema operacional (algo que a profusão de spyware e malware tornou mais comum do que nunca), elas descobriram que depois de restaurar as músicas elas não mais podiam ser tocadas. O programa (player) via o novo SO como uma nova máquina, e impedia o acesso das pessoas a suas próprias músicas. 

Não existe demanda de mercado para essa "funcionalidade". Nenhum dos seus clientes quer que vocês façam modificações caras em seus produtos que façam com que guardar e restaurar arquivos fique ainda mais difícil. E não há nenhum momento onde as pessoas fiquem menos "benevolentes" do que no momento em que estão tentando se recuperar de uma catastrófica falha tecnológica. 

Falo por experiência própria. Pois eu compro um novo Powerbook a cada dez meses mais ou menos, e porque eu sempre peço os novos modelos no dia em que eles são anunciados, eu já "recebi" vários limões bem azedos da Apple. Isto significa que eu alcancei o limite da Apple de três computadores autorizados a usar o iTunes bem rápido e me encontrei sem poder tocar centenas de dólares em músicas do iTunes que eu tinha comprado. Pois uma das minhas máquinas autorizadas a Apple desmontou para reaproveitar as partes, uma estava na assistência técnica sendo consertada pela Apple, e a outra é o computador da minha mãe que está a 3.000 milhas de distância em Toronto. 

Se eu fosse um cliente pior pra Apple, eu estaria bem. Se eu fosse um evangelista menos entusiástico pelos produtos da Apple - se eu não tivesse mostrado pra minha mãe como a iTunes Music Store funcionava - eu estaria bem. Se eu não tivesse comprado tantas músicas em formato iTunes que gravar tudo em CD, re-ripar e entrar de novo com todos os meta dados não fosse um trabalho tão gigantesco, eu estaria bem. 

Na situação atual a Apple recompensou minha confiança, evangelismo e gastos fora de controle me tratando como um bandido e me impedindo de ter acesso a minhas próprias músicas, num momento em que meu Powerbook está no conserto - i.e., um momento em que eu estava pouquíssimo propenso a me mostrar "benevolente" para com a Apple. 

Eu sou um caso extremo, mas eu sou um *caso extremo inicial* e importante. Se a Apple tiver sucesso no seu plano de negócios, é apenas uma questão de tempo até que os clientes médios tenham feito upgrades suficientes de hardware e comprado música suficiente pra acabar na situação em que me encontro. 

Vocês sabem o que eu com certeza absoluta compraria? Um "toca discos" que me deixasse tocar os discos de todo mundo. Atualmente, a coisa que chega mais próximo disso é uma aplicação de código aberto chamada VLC, mas ela ainda tem uma interface desengonçada, tem alguns defeitos e não vem pré-instalada no meu computador. 

A Sony não criou um formato Betamax que só tocava os filmes que Hollywood tivesse vontade de permitir - Hollywood até pediu à Sony que o fizesse, e (Hollywood) propôs uma versão analógica de uma marca de broadcast (broadcast flag) que os videocassetes procurariam e bloqueariam a gravação se a dita fosse encontrada. A Sony os ignorou e fez um produto que achava que seus clientes queriam. [Esse ponto é particularmente importante pois novamente as associações de mídias estão tentando forçar a criação e utilização da broadcast flag, agora, em transmissões digitais.] 

Eu sou um usuário de produtos da Microsoft. Assim como milhões de outros usuários da Microsoft, eu quero um player que toque qualquer coisa que eu coloque nele, e acredito que vocês [MS] são uma companhia que pode criar tal aparelho. 

Sim, isso iria de encontro ao copyright como é hoje, mas a Microsoft vem fazendo ferramentas que podem ser usadas para pirataria e que colidem com copyright há décadas. Outlook, Exchange e MSN são algumas das ferramentas que são usadas em pirataria digital de larga escala. 

Mais significativo ainda: o IIS e os proxies que fazem cache de páginas e servem cópias de documentos sem o consentimento dos autores originais, algo que, se é legal hoje em dia, só o é porque empresas como a Microsoft foram em frente e fizeram isso, desafiando qualquer um a processá-los. 

A Microsoft [e outras empresas] lutou pelos seus clientes e pelo progresso, e venceu tão decisivamente que a maioria das pessoas nem sequer percebeu que a batalha ocorreu. 

Façam isso de novo! Esta é uma empresa que olha nos olhos os mais reguladores de mercado e competição do mundo e ainda ri. Comparados a esse pessoal, os advogados de copyright são umas mocinhas. Vocês podem lidar com eles com um braço amarrado nas costas. 

Siva Vaidhyanathan, no seu livro The Anarchist in the Library [(sem tradução em português, até onde eu saiba)], discute a cegueira dos estúdios de cinema em relação aos desejos do público. É por que pessoas como eu e vocês passamos os anos 80 e 90 contando historinhas de ficção científica sobre sistemas impossíveis de DRM. que lhes permitiriam cobrar uma pequena quantia em dinheiro toda vez que alguém olhasse prum filme... Quer avançar o filme? Esta funcionalidade custa outro centavo. Pausar o filme custa dois centavos a hora. O botão de mudo? Esse vai te custar uns 25 centavos cada vez que for apertado. 

Quando a Mako Analysis [(empresa de pesquisas e análise de mercado para a indústria de aparelhos móveis)] emitiu um relatório mês passado aconselhando empresas de telefonia celular a deixar de suportar telefones baseados em Symbian OS, eles estavam apenas escrevendo o mais novo capítulo nessa história. A Mako diz que telefones como o P900 [da Sony Ericsson], que podem tocar MP3s como ringtones (toque do celular), são danosos a economia das empresas de celular, pois eles colocam em risco o negócio de preços exorbitantes dos vendedores de ringtones. O que a Mako está dizendo é que só por que você comprou um CD não quer dizer que você deva esperar ter a possibilidade de ouví-lo no seu MP3 player, e só por que você pode ouví-lo no seu MP3 player também não é razão para para acreditar que você pode colocar um pedaço de uma música dele como ringtone no seu celular. Me pergunto como eles se sentem com relação a relógios-alarme que tocam um CD para acordar uma pessoa de manhã. Isto está matando a nascente indústria de "musiquinhas para alarme"??? 

Os clientes das empresas de telefonia celular querem celulares Symbian e, por enquanto, pelo menos, as empresas entendem que, se elas não venderem esse tipo de aparelho, alguém mais vai vendê-los. 

A oportunidade de mercado para um aparelho realmente capaz é enorme. Tem uma empresa por aí cobrando *US$ 27.000* por um jukebox de DVDs - vão lá e comam o almoço deles! Steve Jobs não vai fazer isso: ele está lá na D Conference [: All Things Digital] dizendo aos executivos dos estúdios de cinema que não lancem filmes de alta definição até que tenham certeza que ninguém vai criar um gravador de alta definição que seja compatível com um PC. 

Pode ser que eles não engulam essa besteira dele, mas eles também não estão muito interessados no que vocês [MS] têm pra vender. Nos encontros do Broadcast Protection Discussion Group, onde a Broadcast Flag tem sido martelada, a posição dos estúdios de cinema é, "Nós aceitamos qualquer esquema de DRM, exceto o da Microsoft e o da Philips". Quando me encontrei com o pessoal de broadcast do Reino Unido pra falar sobre a versão européia da Broadcast Flag sendo discutida no fórum da Digital Video Broadcasters, eles me disseram, "Bem, na Europa é diferente: na maior parte eles estão preocupados que alguma empresa dos EUA tipo a Microsoft vá meter as garras na televisão européia". 

Os estúdios de cinema norte americanos não queriam que as empresas de eletrônicos japonesas pegassem uma fatia da torta dos filmes, então lutaram contra a idéia do videocassete. Hoje, todos que fazem filmes concordam que eles não querem deixar que vocês fiquem entre eles e os clientes deles. 

A Sony não pediu permissão. Nem você deveria.

Vá construir um aparelho que possa tocar os discos de todo mundo.

Porque se você não o fizer, alguém o fará.

eof
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[Pequeno Posfácio
Esta é uma tradução livre, para português do Brasil, de uma palestra de Cory Doctorow, da Eletronic Frontier Foundation, dada na sede da Microsoft em Junho de 2004. A formatação original foi mantida, exceto pela conversão para HTML e pela adição de alguns links. 

Alguns trechos do texto se referem exclusivamente à situação nos EUA (pelo menos por enquanto) ou à Microsoft, mas é um texto bem informativo sobre o assunto e o que está acontecendo atualmente no mundo todo. 

Textos entre colchetes são adições do tradutor, não existindo na versão original. 

DRM = Digital Rights Management, algo como "Gerenciamento de Direitos Digitais". São sistemas usados para restringir o que uma pessoa pode fazer com um certo conjunto de dados. 

Tradução por Börje Karlsson (tellarin at sounerd dot com)

Edição e formatação adicional por Silvio Meira

A versão canônica dessa palestra pode ser encontrada em
http://craphound.com/msftdrm.txt

Outras versões:
• Versão anotada por Quinn Norton num Wiki:
http://www.commonhouse.net/wiki/drm/FrontPage
• Edição audiobook por Jason Kottke em formato MP3:
http://www.kottke.org/04/06/cory-drm-talk
• Versão HTML bem feita por Anil Dash:
http://www.dashes.com/anil/stuff/doctorow-drm-ms.html
• Versão por Trevor Smith's que permite linkagem a parágrafos:
http://trevor.typepad.com/blog/files/msftdrm-purple.html
• Tradução para italiano por Luca Lizzeri num Wiki:
http://www.wikilab.net/banditi/tiki-index.php?page=MicrosoftDrmTalk
• Recortes automatizados do texto gerados por computador por Alan Taylor:
http://www.kokogiak.com/thatboxinthecorner/drmcutup.asp
• Versão para impressão por Pat Berry
• Projeto de Matt do M@blog para traduzir a palestra para o japonês via Wiki
• Tradução italiana por Domenico Della Side:
http://www.linux.it/GNU/opinioni/msftdrm.it.shtml

[O texto original foi dedicado ao domínio público, utilizando uma dedicatória ao domínio público da Creative Commons. No intuito de seguir a filosofia do autor original, esta tradução {e edição} também é dedicada ao domínio público de acordo com a dedicatória da Creative Commons abaixo:] 

This text is dedicated to the public domain, using a Creative Commons public domain dedication: 

>>>>Copyright-Only Dedication (based on United States law) 

The person or persons who have associated their work with this document (the "Dedicator") hereby dedicate the entire copyright in the work of authorship identified below (the "Work") to the public domain. 

Dedicator makes this dedication for the benefit of the public at large and to the detriment of Dedicator's heirs and successors. Dedicator intends this dedication to be an overt act of relinquishment in perpetuity of all present and future rights under copyright law, whether vested or contingent, in the Work. Dedicator understands that such relinquishment of all rights includes the relinquishment of all rights to enforce (by lawsuit or otherwise) those copyrights in the Work. 

Dedicator recognizes that, once placed in the public domain, the Work may be freely reproduced, distributed, transmitted, used, modified, built upon, or otherwise exploited by anyone for any purpose, commercial or non-commercial, and in any way, including by methods that have not yet been invented or conceived.<<<<
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